Edna Rosa
O circo estava na cidade havia dois dias e Edna roía o sabugo dos dedos enquanto esperava o domingo chegar. O vestido azul de florzinhas amarelas estava separado desde quarta-feira, com a pequena bolsa de crochê, o sapato preto da missa e até a calcinha, a mais nova.
E quando o domingo chegou? Que alegria! Não, estava de castigo pelas notas baixas no boletim, e teve que escapulir pela janela dos fundos quando a mãe e a irmã mais velha saíram para a igreja.
E lá foi Edna, pelo caminho de barro, atrás do circo.
Embaixo da lona tudo era colorido, surpreendente, estranho, deslumbrante e mágico como ela tinha imaginado, e Edna não parava de rir e tentar absorver o que via ao redor, sabendo que dali em diante não conseguiria mais ser a mesma. Quando voltou para casa, se esgueirando entre as roupas no varal, tinha os olhos cheios de encantamento e sonhos, e soube o que deveria fazer.
Era uma bela manhã de sol. Edna se vestiu para o colégio, tomou café com pão, colocou a mochila nas costas e saiu, seguindo o caminho de barro até chegar à estrada, que não levava ao colégio. Ela andava e sonhava com o amor do trapezista e a amizade do palhaço, uma vida com mais alegria, solta no mundo, vestida de malha rosa. Edna Rosa seria seu novo nome!
Dois quilômetros depois, o terreno onde ela conhecera o circo. Só o descampado, sem a lona armada, sem o trailer dos artistas, a barraca de doces, o carrinho de pipoca, a bilheteria, a gente toda, o riso. Edna piscou uma vez, outra e mais outra. Nada havia além de marcas no chão.
Edna chorou um pouco, mas não voltou para casa. Mirou o horizonte limpo e seguiu atrás da fantasia de menina, de dias cor-de-rosa que a aguardavam mais adiante.
O circo estava na cidade havia dois dias e Edna roía o sabugo dos dedos enquanto esperava o domingo chegar. O vestido azul de florzinhas amarelas estava separado desde quarta-feira, com a pequena bolsa de crochê, o sapato preto da missa e até a calcinha, a mais nova.
E quando o domingo chegou? Que alegria! Não, estava de castigo pelas notas baixas no boletim, e teve que escapulir pela janela dos fundos quando a mãe e a irmã mais velha saíram para a igreja.
E lá foi Edna, pelo caminho de barro, atrás do circo.
Embaixo da lona tudo era colorido, surpreendente, estranho, deslumbrante e mágico como ela tinha imaginado, e Edna não parava de rir e tentar absorver o que via ao redor, sabendo que dali em diante não conseguiria mais ser a mesma. Quando voltou para casa, se esgueirando entre as roupas no varal, tinha os olhos cheios de encantamento e sonhos, e soube o que deveria fazer.
Era uma bela manhã de sol. Edna se vestiu para o colégio, tomou café com pão, colocou a mochila nas costas e saiu, seguindo o caminho de barro até chegar à estrada, que não levava ao colégio. Ela andava e sonhava com o amor do trapezista e a amizade do palhaço, uma vida com mais alegria, solta no mundo, vestida de malha rosa. Edna Rosa seria seu novo nome!
Dois quilômetros depois, o terreno onde ela conhecera o circo. Só o descampado, sem a lona armada, sem o trailer dos artistas, a barraca de doces, o carrinho de pipoca, a bilheteria, a gente toda, o riso. Edna piscou uma vez, outra e mais outra. Nada havia além de marcas no chão.
Edna chorou um pouco, mas não voltou para casa. Mirou o horizonte limpo e seguiu atrás da fantasia de menina, de dias cor-de-rosa que a aguardavam mais adiante.
7 comentários:
Que lindo...e triste!
Bjoo
Bonito!
Ela não foi mais a mesma, de fato. Às vezes a gente não compreende que a mudança não se dá de forma direta, não consegue ler nas entrelinhas, né?
A Edna compreendeu, leu. E a Edna Rosa seguiu seu rumo.
Adorei, adorei! Só podia ser coisa tua, dona moça.
=)
Beijos, dois.
ℓυηα
Cá:
Mas é justamente pra ser o contrário - a Edna vai atrás do seu sonho. ;)
Beeijo!
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Cayo:
Brigada!! =D
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Luna:
Ela viu o que precisava ver pra ir atrás dos seus sonhos. Quando rascunhei essa história no final ela voltava pra casa, pra vida que não era dela. Ontem pensei: Ah, quer saber? Ela não vai se conformar". E Mudei o rumo de tudo, afinal ali estão minhas crias. hehehe
Se queres saber, te acho uma moça muito gentil. Viuuuu?
Beeeeeeeijuu!
Eu não achei triste, como comentário. Achei lindo e LINDO. Prefiro uma história que não seja a lá ursinhos carinhosos mas que seja real, mais do que verídica inclusive.
Bjs, querida!
Talvez não tenha nada a ver, talvez tenha. Mas acontece igual no dia à dia. Às vezes as mudanças estão tão à cara, porém outras vezes são difíceis de encontrar, então basta 'seguirmos pelo horizonte' e nós a encontrarmos. É a história de ir a montanha, blablabla. hahahaha
Gostei do texto. Bem bom.
http://marcostrauss.blogspot.com/
Essa capacidade de acreditar e ir, literalmente ou não, atrás dos sonhos é encantadora! E dá para mantê-la, mesmo que de forma diferente...
beijo
MeninaMisteriosa
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