quinta-feira, 29 de julho de 2010

cinco

DOÇURA PERIGOSA


João gostava de dar umas palmadas e eu gostava de sentir a mão dele descer na minha bunda. Às vezes ele exagerava, e nunca reclamei ou pedi para parar, pois descobri que podia ser muito mais vibrante que um jantar à luz de velas. Assim fomos indo, sem freio nenhum. Ele me presenteava com sapatos altíssimos que eu deveria usar na hora do sexo para satisfazer sua tara. Com isso eu até consegui me acostumar. Os ciúmes é que me deixavam puta da vida. Aí terminava a exicitação. Ele agindo como meu dono... começou a perder a graça. Só por isso.

Desde o início ele sabia que eu trabalhava na noite e que era comum um ou outro cara vir me pedir o telefone ou dizer gracinhas à beira do palco. E daí? Se reparava que eu sorria para a plateia, vinha com interrogatório mais tarde e a desconfiança aumentava e discutíamos, às vezes na frente da banda. No outro dia estava ligando para Tom, o guitarrista. Desculpa pela cena, cara. João bebeu, mas tô bem. Nos falamos depois, tá?

E João não suportava me ver com Gabriel, mesmo que Karen ou nossos amigos estivessem por perto. Com este concordo que tinha certa razão de se preocupar. Existia atração entre nós, o que eu não admitiria nem sob tortura, pelo amor de Deus.

E Gabriel não saía lá de casa, eu escondia isso de João, não sou boba. Quarta, meu dia de folga, estava de pé na cozinha comendo brigadeiro na panela. Gabriel chegou sem fazer barulho:

- O que tem aí? – ganhei um beijo no ombro. Isso estava virando um costume excitante demais para que eu pudesse resistir.

Disfarcei:

- Como você entrou aqui, Gabo?

- Eu tenho a chave.

- Como assim? Você não mora mais aqui.

- Não te preocupa, a Susi avisou que hoje tem desfile e a Karen vai sair de lá bem tarde.

- Essa é uma péssima ideia, você sabe.

- Tô sabendo. Quer ajuda pra comer esse negócio? – me beijou na nuca.

Gabriel estava com o pau meio duro – senti quando se encostou. Mas já? E foi me confundindo, me pegando de jeito e enfiando a língua em minha boca. Me afastei sem a mínima vontade de me afastar, eu não queria me afastar, queria ficar entre as pernas dele.

- A Karen disse pra eu tomar cuidado com você, primo– continuei mexendo na panela para fugir. – Ela disse que você não fica com ninguém por muito tempo. Toma, experimenta!

Ele pegou a colher, me pegou pelo braço. Tentei resistir:

- Para com isso, Gabo. Eu tenho namorado!

- Namorado? Aquele cara não é teu namorado, vai. Podia ser teu tio, teu pai, qualquer coisa, menos namorado. Não entendo o que você viu nele.

Ele passou o dedo na massa pastosa e lambeu e me ofereceu o dedo lambuzado, a boca... Simplesmente não havia mais como me defender. Me imaginei coberta de brigadeiro morno, ele começando a me lamber inteira e me desnudar o corpo e me preparar para o sexo.

O beijo doce e melado afastou a culpa para um lugar bem distante e me fez aceitar a mão que saiu depressa do pescoço e foi parar no quadril, me segurando. Não sei como explicar, mas tiramos a roupa um do outro muito rápido, ávidos pelo contato que antes era só brincadeira entre primos. Não mais.

Ele me apoiou na beira na mesa, estava pronto. Que complicação poderia haver nisso? O olhar oscilando entre o pau e a boca suja de chocolate, o corpo todo quente, oferecido. Gabriel se aproximou, eu disse que era mais em cima, lambi os lábios com o resto do brigadeiro vendo-o entrar em mim sem pedir licença. O telefone tocou, senti Gabriel comigo, completo. O telefone tocou tantas vezes que me assustou. João?! Pressenti encrenca... Será que ele percebeu? Nós vamos jantar hoje? Tem certeza que você me avisou? Tá, tá, me visto num instante. Espera que eu já desço.

Encurtando a história, calcei os saltos, vesti o primeiro vestido que encontrei e corri para não dar tempo de João subir. Deixei Gabriel de pau na mão, no meio da cozinha. Durante o jantar eu daria um jeito de ir ao banheiro me lavar. Um homem deve sentir o cheiro de outro em seu território, não? Na dúvida, melhor não arriscar.



7 comentários:

Luna Sanchez disse...

Uia! Então o João estava em frente ao prédio quando telefonou? Putz!

A Nina é tudo de bom, adoro!

* E essa boca de quem é? =)

Beijos, Li!

ℓυηα

Marco Henrique Strauss disse...

Continua muito bom. Cada semana uma surpresa diferente. Muito bom acompanhar e ler teus textos. Meus parabéns.

Milene disse...

A Nina deve ser fodona, hêin?! hehehe. Beijoca, bom final de semana!

Alline disse...

Luna:
Ela tinha combinado com o João e não lembrava mais... Nina estava com a cabeça no brigadeiro. hehehe

A boca é do Google. Vixe, foi super-mega-ultradifícil achar uma imagem! Ou era infantil ou pornográfica... que drama!

Nina me diverte.

Beeeeeeijuuuu!!!

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Marco:
Então espero continuar te surpreendendo, viu? Quinta que vem Nina estará de volta.

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Milene:
Acho que ela não tem pudores, se sente livre pra viver tudo. E às vezes se perde, tadinha. rs

Beijos, querida! Bom fim de semana pra ti e pro Zozi!!! =DD

Minha Vida disse...

Nina, quando eu crescer quero ser igual a você.
Coitado do rapaz, teve que se contentar com o chocolate.

Alline disse...

Minha Vida:
Eu, Alline, por um lado gostaria. Por outros muitos, não. ;)
Ela e Gabriel ainda vão se encontrar mais tarde, sabias?

Eraldo Paulino disse...

Eu quero casar com ela rsrs


Bjs!