domingo, 30 de setembro de 2007

Ai, Banco Real! Assim dói!

Primeiro eles aumentaram a tarifa. Foi de sete reais para 14 em um mês. Reclamona que sou, fui botar a boca no trombone, mas de nada adiantou. A gerente não quis me atender, mandou uma sub dar um jeito na situação. Ah, é assim? Então tá. Pedi cancelamento de conta sem dó nem piedade. Se o banco considera justa uma tarifa dessas, vou procurar outro.
Passado um mês, recebi, atônita, o extrato. Hein? E o papel dizia que eu estava com 14 reais de tarifa pendente. Então eu ainda era cliente e não sabia? Paciência (apesar da vontade de esganar um). Repeti a dose, indo de novo à agência em busca de esclarecimento, e tomei um belo chá de cadeira de quase uma hora. Quando a atendente me chamou e soube do caso, ficou meio sem graça. Claro, ela não tinha uma desculpa convincente para dar, até porque apontei o cara que fez o cancelamento da outra vez.
Chatice resolvida, pedi uma cópia do papel que assinei para ter em mãos se me vierem com uma dessas daqui a um mês. Ai, ai, ai!
Como diria o outro: seguro morreu de velho.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Eruditas para um dia amassado

Chove, pára. Chove, pára. Estou separando músicas para gravar um CD de presente e passaram por esta orelha Mozart, Tchaikowsky, Wagner, Rimsky Korsakov, Rossini e Strauss.
Tomara que eu consiga agradar...

terça-feira, 25 de setembro de 2007

E.E. Cummings para um dia de primavera

nalgum lugar em que eu nunca estive, alegremente além
de qualquer experiência, teus olhos têm o seu silêncio:
no teu gesto mais frágil há coisas que me encerram,
ou que eu não ouso tocar porque estão demasiado perto

teu mais ligeiro olhar facilmente me descerra
embora eu tenha me fechado como dedos,
nalgum lugar me abres sempre pétala por pétala como a Primavera abre
(tocando sutilmente, misteriosamente) a sua primeira rosa

ou se quiseres me ver fechado, eu e
minha vida nos fecharemos belamente, de repente,
assim como o coração desta flor imagina
a neve cuidadosamente descendo em toda a parte;

nada que eu possa perceber neste universo iguala
o poder de tua imensa fragilidade: cuja textura
compele-me com a cor de seus continentes,
restituindo a morte e o sempre cada vez que respira

(não sei dizer o que há em ti que fecha
e abre; só uma parte de mim compreende que a
voz dos teus olhos é mais profunda que todas as rosas)
ninguém, nem mesmo a chuva, tem mãos tão pequenas

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Cenas do dia

Cena 1:

Fui pedir informação ao porteiro do prédio e, enquanto respondia, ele aproveitou para dar uma geral no nariz, limpando o salão com o dedo todo enfiado lá, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.
Vai ver que hoje tem festa...

Cena 2:

Estou voltando do super com as compritas e um senhor de cabelos brancos, vestido normalmente, me chama:
- Senhora! Senhora!
Silêncio do lado de cá.
Ele insiste:
- Senhora! Senhora!
Pelo tom de súplica e a cara de coitado, minha intuição alerta: esse aí vem pedir uma "ajudinha", um "troquinho", "qualquer moedinha". Continuo calada e sigo em frente.
E ele:
- É surda, é?

Quando alguém vem pedir dinheiro eu fico surda, sim.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Esperança

As atendentes do 0800 da L’Oréal não fazem uso do gerundismo, praga disseminada pelas centrais de telemarketing Brasil afora. Isso significa, meus caros, que nem tudo está perdido neste País. E viva nossa língua portuguesa. Sem reformas, por favor.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Dentes, dentes, muitos dentes

Eu tenho 28 dentes e agora sei que posso concorrer à vaga de guarda municipal. Não é o máximo? Vou logo colocar no currículo: 28 dentes sem cárie, com algumas restaurações e nenhuma anomalia grave.Opa, mas será que eles aceitam mulher míope e com mais de trinta?

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Bradbury, eu recomendo


Comprei o livro há uns dois anos, nas Americanas do shopping. Sabe por quanto? Míseros nove e noventa, uma pechincha. Tava lá, largadinho entre autores espíritas, só me esperando.


Terminei a leitura ontem e já tô com saudades da Cecy e do tio Einar.






Ainda aquele assunto, a tal da vergonha nacional

Um trecho da crônica de André Petry na Veja desta semana:

"Renan Calheiros vai passar. Certamente vai passar mais tarde do que cedo, mas vai passar. Seu cardápio de opções políticas, neste momento, oferece só coisas como afastamento, licença, férias prolongadas, renúncia. É lamentável que seja assim, na medida em que deveria incluir apenas cassação, e ponto. Mas Renan está liquidado. É o sorriso do cadáver. Deixemos que se vá. Porque uma hora Renan vai embora. Mas fiquemos com o Senado. O Senado é nosso. Quem está pequeno e desmoralizado, maculado e diminuído, lanhado e podre são os senadores. Renan e seus 40. O Senado, não. Viva o Senado!".

A referência, claro, é aos 40 que passaram a perna na sociedade e, mancomunados com o PT, absolveram Renan.

Eu espero, sim, que Renan passe, que Lula e seus amigos passem, e que se possa pensar outra vez em ética na política.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O dia B. Ou: O dia BB

Fiz prova ontem... Que nervoso, sô! E engraçado também.
Saí de casa uma hora antes, pra não ter jeito de perder nada. Queria ter levado o player pra descontrair, mas não deu. Sabe como é... Quando você vai fazer concurso, é considerado um fraudador em potencial e não pode ter por perto material que pareça suspeito para os fiscais neuróticos de plantão.
Adelante!
Cheguei perto do Instituto Estadual de Educação, o velho IEE de guerra, e tinha uma filinha básica para entrar. Hein? Fila??? Achei que o povo estava começando a ficar educado, uma beleza. Nada disso. É que na entrada estavam expostas as primeiras listas com nome e local de prova. Ah, entendi.
De quebra ganhei um jornal de um desses cursinhos, que ofereceu gratuitamente (ainda bem!) algumas dicas para a prova. OK, muito obrigada. Um passinho adiante, por favor. Peguei o meu e fui ao banheiro fazer o que é de praxe antes de entrar em sala de aula.
Xixi feito, caminhei mais sossegada até a sala, 08288, e fui sacando a identidade pra entrar logo. A moça perguntou se eu tinha caneta preta transparente. O quê? Estava no edital, ela falou. Diante de tal afirmação não pude discutir - quem mandou não ler? - e fui saindo de fininho. Deus do céu, onde iria achar uma caneta preta domingo à tarde? Um cara com o mesmo problema ia na frente. Pensei: "Onde ele for, eu vou". Mas alguns passos fora do portão bastaram. Ouvi uma mulher gritando "Caneta preta! Água!" Opa, é comigo! Voltei e paguei um real pela Faber Castell ponta média cuja tampa não fechava, mas tudo bem. O importante era preencher o bendito gabarito com caneta preta.
Minha sala me esperava. Corri para a 08288 e fui me sentar na quarta carteira da quinta fila com outros ansiosos. Tive que jogar meus pertences - celular devidamente desligado, relógio, óculos de sol, lapiseira, etc. - num saco e lacrá-lo. E viva a desconfiança! Sem relógio, que tédio. A hora não passava, os fiscais ficavam olhando pra gente com aquela cara de bunda, não havia muito pra onde olhar. Putz, demorou um século, juro, pra passar quinze minutos e a prova começar.
O fiscal gordinho, jeitão de poucos amigos, me deu a prova Juliet. O guri da frente recebeu uma do tipo Bravo. Outros ganharam Yanke. O que é isso? Não entendi nem ninguém explicou e era melhor não polemizar.
Comecei logo. As primeiras foram batata, mais fáceis. Depois é que começou a piorar, quando vieram as questões envolvendo matemática financeira. Li, reli, pensei bem, mirei e chutei. Chutei várias outras, mas não de qualquer jeito, pois para tudo existe método. Fui tentando ver quais as possibilidades e espero ter feito alguns gols com essa técnica avançada de adivinhação.
Nossa, lá pelas tantas, nem sei que horas, a bunda doía, o pescoço doía, o chiclete na boca estava duro e sem gosto, eu só queria ir embora. Mas tinha que passar as respostas a limpo! Todas. Ah, besteira, eram só 150 bolinhas pra fazer com a caneta preta transparente...
Quando terminei as marcações, que alívio! Vim embora sem grandes esperanças e com a bunda quadrada, mas sabendo que depois de vinte minutos de caminhada estaria em casa, sã e salva. Para tomar um café com bolo e pensar calmamente numa próxima aventura. Acho que vai ter concurso para o TRT em breve.
Me aguardem!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Pesadelo

Como se não bastasse toda a violência do dia-a-dia, a corrupção, a impunidade, a falta de educação e de respeito generalizada, agora temos que engolir a absolvição de Renan Calheiros.

Socorro, alguém me acorda! Isso é um pesadelo!!!

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ansiosa

Com a votação no Senado, com os estudos pro concurso, com meu peso... Acho que umas férias cairiam bem... rs

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O primeiro

Ando pela rua. A rua é Rio Branco. Sem máquina, fotografo com os olhos. Escolho os ângulos, passo rápido.
A vida não pára.