quinta-feira, 27 de agosto de 2009

na rua

O folheto que recebi da Assembleia de Deus era um convite com o título "Bom Samaritano". Dizia que com 10 reais (dez reais!!!!) eu teria direito a comprar uma senha para entrar no bazar de produtos apreendidos pela Receita Federal. Pois eu vou ser uma boa samaritana gastando meus preciosos 10 reais com qualquer outra coisa. Obrigada.

A rua cada vez mais é um espaço democrático. Todo mundo, independentemente de classe social, preferências políticas, sexuais ou religiosas, tem oportunidade de usar as três listras da Adidas em tênis, bolsas, agasalhos e o diabo. Não importando se os apetrechos da moda foram adquiridos naquela loja de esporte caríssima que dá medo de entrar, na Renner - em 8x - ou no camelô da esquina.

E as meninas seguem com suas calças skinny e bota de cano alto por cima, e não tiram mais as bolsonas do antebraço e os superóculos da cara. É tudo igual. É engraçado.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

lição aprendida

Quando eu tinha meus 10, 12 anos, odiava quando eu e meus irmãos entrávamos em casa e a primeira coisa que meu padrasto perguntava era se tínhamos lavado as mãos. Lá íamos os três emburrados higienizar adequadamente las patitas. Hoje, graças a essa pequena lição aprendida à força, não passo trabalho. Se depender de mãos limpas, estou livre da gripe A.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

desopilando o figo (como diria Paulinho)

Eu que não sou de ficar quieta quando sinto cheiro de pizza com marmelada saindo tostada do forno, escrevi uns e-mails no capricho e com toda a elegância do mundo. Baixar o nível, meu bem? Nunca! Os destinatários: senador Aloizio Mercadante, senadora Ideli Salvatti, senador Flávio Arns (viva!!!), senador Demóstenes Torres, senador Arthur Virgílio e senador Pedro Simon. Dever cumprido, vou dormir mais leve hoje.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

acidentes acontecem - e como!

Entrei no banheiro da casa para passar o fio dental depois de comer maravilhosas ostras no almoço de aniversário da cunhada e nem reparei que a tampa da privada estava levantada. Como eu não ia fazer xixi, nem dei bola pra isso e passei o fio dental e me inclinei para jogá-lo no lixo e vi meus óculos de sol escorregarem do decote da blusa direto para a água da privada. BLUB, BLUB, BLUB. Num impulso, enfiei a mão na água sem pensar que alguém podia não ter dado descarga direito e que água de privada nunca é totalmente limpa, e salvei os óculos do afogamento em meio a coliformes fecais e outros bichos. Dois banhos na pia com sabonete líquido de chocolate e voltei rindo para a mesa. Se fiquei tranquila e satisfeita com a higiene às pressas? De jeito nenhum. Chegando em casa, joguei álcool etílico, puro, absoluto, 70%, etc. em abundância sobre as lentes, as hastes, tudo. Aiiiiii, será que deu certo? Sei não, ando desconfiada. E agora vou pensar duas, três, mil vezes antes de entrar num banheiro com óculos no decote, na cabeça ou na mão.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

no proctologista

Entro ressabiada na sala do médico, qualquer um sabe bem por quê. Falo sobre a falta de paciência de ficar no trono, mas esqueço de citar as altas doses de pimenta ingeridas nos últimos tempos. Na hora do exame, o momento que eu queria evitar a todo custo, o médico tenta me tranquilizar:
- Eu faço isso todo dia.
Respiro fundo e digo a mais absoluta verdade:
- Eu não.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

If you want blood - you've got it

Comecei por acaso e viciei nesse True Blood. Tem vampiros de dentes afiados que vivem entre os mortais e bebem sangue engarrafado. Tem bar cujo dono é um metamorfo. Tem situações hilárias, sexo, suspense, nonsense e diversão na imaginária e nada pacata Bon Temps. Tem a Anna Paquin com sotaque caipira bizarro. E a abertura é uma das mais caprichadas que já vi.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

BRRRRRRR

Se você quer experimentar a maravilhosa sensação de estar vivo, tome um banho bem gelado quando lá fora estiver uns 12 graus, como eu fiz hoje. Seu corpo vai acordar, sua alma vai gritar, você terá a nítida impressão de estar congelando inteiro e perdendo a sensibilidade nos pés, e nem terá voz para sussurrar uma canção de Roberto Carlos. Claro, claro, não há motivo para drama. Foi só um banho frio num típico dia de inverno, já que a engenhoca que fornece o gás que faz esquentar a água pifou, ou está entupida.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

esfuziante


Quando cheguei ao trabalho, meu amigo e vizinho de mesa perguntou como eu estava. Em resposta, eu disse: Esfuziante. Não porque estivesse soltando faíscas, apenas porque estava de muito bom humor e tranquila comigo mesma, o que nem sempre acontece. Ele comentou que pelos meus olhos eu parecia feliz, mas ficou satisfeito de verdade por eu ter escolhido "esfuziante" para definir meu estado de espírito, e não alguma gíria ou palavra modernosa "da hora". É, pode ter soado um pouco melhor do que jogar no ar "Tudo beleza" ou simplesmente "Belê", mas eu estava mesmo num daqueles dias de sorriso largo. Esfuziante.

domingo, 2 de agosto de 2009

ambiente familiar

Filha: Pai, me dá 50 reais?
Mãe: Ontem eu te dei 30. Já gastou tudo?
Filho: Ela gastou na lan house!
Filha: Cala a boca, idiota! É mentira, mãe. Pai...
Pai: Não tenho trocado.
Filha: Como eu vou pagar a apostila do cursinho?
Mãe: O café vai esfriar.
Filho: Se ferrou, se ferrou!!!
Filha: Tu vai apanhar, pirralho! Vem cá!
Pai: Onde está a manteiga?
Mãe: Oh, acabou ontem... Esqueci de avisar.
Filha: Mãe, como eu vou fazer? Todo mundo já comprou.
Mãe: Pega na minha bolsa. Depois eu quero ver de perto essa apostila.
Filho: Mãe, diz pra ela trazer a nota fiscal.
Filha: Hoje vai ter porrada nessa casa!
Pai: Vou comer pão com quê?
Mãe: Tem um restinho de doce de banana na geladeira. Quer?
Filho: Não tem mais. Ela comeu com bolo ontem. Eu vi, eu vi!
Filha: Seu filho da...
Mãe: Cala a boca, menina!
Pai: Perdi a fome.
Filho: Pai, não tenho grana pro lanche.
Mãe: Eu faço um sanduíche rapidinho.
Filho: Não! Eu prefiro o dinheiro.
Filha: Pra comprar joguinho pirata no camelô!
Filho: É mentira, é mentira!
Mãe: Você não faz nada?
Pai: Vou comprar manteiga. E não me espere pro almoço.