terça-feira, 31 de maio de 2011

segunda-feira, 30 de maio de 2011

quinta-feira, 26 de maio de 2011

quarenta e sete


Sem drama

Saí da cama. Era cedo, devia ser, mas não havia um relógio por perto. Leoni dormia de braços abertos, saciado de mim. Era o segundo consecutivo que o via dormindo nu do meu lado. Vesti a calcinha e fui até a janela. Não chovia mais.
Achei que depois do fim de semana ir embora era o que eu tinha que fazer. Assim, recolhendo as coisas do chão e indo sem deixar rastro. Por algum tempo ia enfeitar as paredes do apartamento dele e excitá-lo com lembranças da sua boca beijando meu sexo, do meu sexo invadindo sua boca. Saber disso me deixava feliz. Também teria a impressão de que meu corpo ia ficar lá, aprisionado nas paredes da sala. Mas eu não era dele, não devia ser assim.


Eu ia deixar esse bilhete no criado-mudo. Escrevi olhando o corpo inerte na cama. Não tinha certeza se alguma vez ele quis saber meu telefone. Acho que não. A calcinha que usei aquele dia no museu ficou com ele em algum lugar, não vi mais. Vesti a camisa usada que seria minha lembrança dele e do museu. Cheirava a perfume e suor. Deitei sobre seu corpo para me despedir. Ele meio que dormia ainda, mas seu corpo respondeu rápido à pressão do meu.

- Você já vai?

Fiz que sim com a cabeça antes de oferecer meus lábios.

- Toma um café comigo. Daqui a pouco a Lola vai chegar.

Abri um p0uco a camisa e ofereci também o bico dos peitos. Ele provou.

- Quem é a Lola? Teu casinho?

- Uma amiga.

As mãos me seguravam por trás.

- Fotografou ela? Não mente!

Deitada sobre ele sentia-o excitado. Enfiei a mão entre nossos corpos para tocá-lo.

- É aquela da entrada.

Aquela de cabelos pretos, duas pequenas cerejas tatuadas sobre os seios, a pele muito branca, a carne rosada onde ninguém podia ver. Fiquei curiosa.

Lola veio e era como na foto. Eu ainda usava a camisa, Leoni estava nu. Tomávamos café, eu no colo dele. E Lola se aproximou, tomou um gole de café da caneca dele e o beijou na boca e me olhou e me provocou:

- Vamos ser nós três?

Não me assustei, sorri. Passei manteiga em uma fatia de pão e ofereci a ela. Lola lambeu toda a manteiga antes de colocar a massa branca na boca, e mastigou e ficou com o batom vermelho todo sujo de farelos de pão. E comeu mais duas fatias cheias de manteiga antes de me beijar. Eu sabia que ela faria isso, estava ansiosa. Ela não. Seus lábios carmim se apoderaram dos meus, deram-lhe a mesma cor dos seus e o gosto de café com pão e algo mais.

Ela conversava comigo enquanto abria cada botão da camisa de Leoni e ria do pau duro dele.

- Acho que você vai ficar para depois, baby.


Fiquei o tempo todo no colo dele. Lola se ajoelhou por mim. Leoni me segurou pelas coxas abertas, a mão provocadora nas virilhas, tão próxima de onde queria que fosse. Mas agora era a vez dela. Apoiada no peito dele, deixei que Lola sentisse que eu correspondia com meu sexo que se contraía e tremulava às carícias que me impunha. Nada parecia combinado, mas fazia sentido. Tinha que ter acontecido Lola pra mim, em mim. A boca grande de batom que continuava manchando por onde passava e me torturou por muito tempo antes de me permitir o gozo.

A manhã já ia longe quando fui para o quarto com Lola, querendo, ansiando prová-la de qualquer jeito. Leoni nos seguiu sorrateiramente, porque sabia que mais cedo ou mais tarde não resistiríamos ao apelo de sua excitação explícita de homem. Fomos três na cama que rangeu sob o mesmo desejo. Leoni dentro de mim, dentro dela, ela dentro de mim, eu dentro dela.

Quando fui embora, eles brincavam com a câmera. O bilhete ficou lá no criado-mudo, eu levei e usei a camisa, e não esqueci mais Leoni e Lola.


quarta-feira, 25 de maio de 2011

 MANHÃ

A ponta do arco-íris desponta enquanto eu passo de leve pela rua. A mulher leva o neto pela mão e fuma e deixa seu rastro. O homem fardado observa de lado, olhos curiosos por trás do Ray Ban. A menina de tranças fica, encolhida no ponto de ônibus. Sozinha. Cachecol é pouco para ela. E muitas são as nuvens que povoam o céu. Cabeças baixas seguem o mesmo caminhar, o sinal é verde, a pressa é companheira. O relógio não para, as pernas disparam, o dia chegou!

domingo, 22 de maio de 2011

INFAME, MAS FUNCIONA

Eu e colega estávamos indo até a farmácia depois do almoço. Ela queria comprar aquele remedinho pra tireóide e não se lembrava do nome do dito cujo. Tentei:

- Puran? Synthroid?

Ela disse que não era nenhum dos dois e confessou que passava vergonha na hora de comprar, pois não conseguia acertar o nome.

Chutei o último, já que eu também uso (sou uma sem-tireóide):

- Não é o Eutirox?

Ela ficou feliz - era este! Ao mesmo tempo mostrou preocupação. Como manter o nome na ponta da língua? Dei a receita:

- Canta "Eutirox o pau no gato-tô-tô, mas o gato-tô-tô...".

Rimos as duas. Foi infame, não nego, mas até hoje ela diz que não erra mais. Rá!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

quarenta e seis 

UMA TARDE NO MUSEU

Ele me viu escondida atrás da pilastra vermelha e me seguiu até a entrada do museu. Sentia que ele estava presente, não muito longe. Logo alcancei a porta, sabendo que ele estaria atrás da barra esvoaçante do meu vestido. Enrolava-se nas coxas, invadia o vão entre as pernas e ali ficava, me atiçando. Ele tinha pedido: "Eu quero você de vestido".

Não esqueci o recado. Era um vestido bem usado, lilás-claro, solto no corpo. Eu tinha sensação de ser a menina de vestido curto e rodado que ia ao museu.

Entrei com um grupo de senhoras de sotaque engraçado e tentei me misturar. Elas eram barulhentas e engraçadas. A de cabelos vermelhos perguntou meu nome e pediu um cigarro para fumar mais tarde. Estávamos num ambiente de paredes azuis quando percebi que alguém se encostava por trás. Era Leoni.

Até que enfim!

- Tira a calcinha.
A voz dele me acariciou o pescoço.
- E traz pra mim. O banheiro é ali – apontou discretamente. – E coloca isso.
O pacote fazia parte da brincadeira, agora eu sabia. A Hilda, aquela dos cabelos ruivos, me olhou de relance e disfarçou. Ela tinha ouvido!

A lycra preta virou um pequeno montinho que desapareceu em minhas mãos. No pacote havia uma borboleta com duas cintas. Era um vibrador, ele queria que eu usasse um vibrador do museu! Quando saí do banheiro com todo aquele equipamento entre as pernas, o grupo estava mais adiante, olhando uma escultura. Achei que todas iam se voltar para mim e me apontar o dedo, me acusar.

Não. Leoni permanecia junto delas, com a mão pousada no ombro de Hilda. Assim que me viu, ela se afastou. Sábia mulher!

- Toma.

A mão dele, a mão quente e úmida que queria me tocar pegou a calcinha, passou no nariz e pôs no bolso de trás da calça.

- Eu gosto desse cheiro.

A outra mão deslizou pela cintura até chegar no quadril, e desceu mais para tocar a barra fina do meu vestido rodado de menina. Ele puxou, amassou e levantou muito pouco o tecido em busca de pele.

- Abre um pouco a perna.

Vi a câmera com ele.

- Você ficou louco – ri. – Daqui a pouco mandam a gente embora daqui.

- Não mandam, não. É só fazer como eu mando. Abre a perninha, mas não sai do lugar. Olha aquele quadro ali, fica parada.

Eu estava meio nua, livre, desimpedida, disponível como ele tinha pedido. Mas só ele sabia. Talvez a Hilda, mais ninguém. E ele me clicou sem ser notado por baixo do vestido. Aquele som seco de foto tirada onde eu não podia ver.

Seguimos com o grupo para outra sala, sempre os últimos.

Havia apenas quadros e as mulheres se embolaram em volta de cada um, todas querendo ler ao mesmo tempo a descrição na parede.

- Você está preparada?

- Tem câmera aqui, você não viu?

- Eu sei o que eu tô fazendo.

Ele girou o botão devagar. Hilda me olhou, não parou mais. Eu gozava pela expectativa, tentava fugir dele, era bom, mas eu não aguentava. Ele me segurava por trás, me sentia, a minha fome de tê-lo, de alimentá-lo com meus fluidos e me deixar revirar por dentro depois das estocadas, o pau que me encontrava pronta, os gemidos... mais um quadro, Hilda me encarando e entendendo tudo, a borboleta flertando com meu clitóris, me amaciando, pressionando, pulsando sem parar... mais um quadro, mais um quadro, mais, mais... um clique, uma contração que tentei disfarçar e não consegui... outro quadro, eu suava e não tinha ainda o pau dele, eu ainda... achei que ia babar, umedeci os lábios de saliva antes de mordê-los, Leoni se deliciou e aumentou a velocidade, só um pouco. Meu peito se ergueu quando me esforcei para respirar, fechei os olhos... mais um quadro? Tantas telas, paisagens, corpos de mulheres nuas... mais, me dá mais disso, vem, levanta esse vestido, coloca o dedo... vê como eu tô molhada? Eu vou inundar esse salão! Sentia que ia me escorrer pelas pernas... eu preciso andar e ver mais quadros? O movimento só aumentava minha vontade... eu não vou aguentar, você não vê? Latejava toda, passava mal. Eu passava de todos os limites. Mais, mais, me dá... quadro... teu pau... me chupa?

As senhoras acharam que eu tinha um ataque epilético enquanto eu gozava e me debatia a caminho do banheiro. Ia pelos braços, Hilda de um lado, Leoni do outro.

Com delicadeza, Leoni me livrou daquela borboleta que me fez doida entre as senhoras no museu. Depois me teve no canto do banheiro, de pé. Não havia mais perigo porque Hilda cuidava da porta, mas de vez em quando olhava pelo espelho e gostava do que via. 


terça-feira, 17 de maio de 2011

TEM DE TUDO, DE TUDO TEM

Tem quem olhe e estique o pescoço, curioso, desejoso. Tem quem ache que foi de menos... o que é que eu posso fazer, minha gente? Tem quem considere "bonito", "legal". OK, OK. Tem quem elogie respeitosamente, ao que agradeço - muy respeitosamente. Tem quem esteja com inveja, louco pra que tudo despenque logo. Assim não! Tem quem diga que vai fazer o mesmo algum dia - uma já fez! Bravo, bravíssimo!!! Tem quem não dê a mínima e ainda tem quem nem sonhe com essa história e se eu não dissesse nunca saberia. Meus duzentos e trinta eme ele vão muito bem, obrigada.

domingo, 15 de maio de 2011

MUDANÇA DE ESTAÇÃO


Eu prometi que hoje não ia ser nada demais. Uma roupinha na máquina, uma ajeitada na cama, salada de tomate no almoço, abacaxi e chocolate de sobremesa, umas coisas no lugar. Nada que não seja possível. Ou canse, ou estresse, ou me faça pensar em sair correndo pra debaixo da cama em busca de paz. Música  alegre. Meia no pé, porque faz frio. Um gole d'água de vez em quando, óculos sobre o nariz da míope, muitos pensamentos. Se amanhã é segunda, eu digo que sobreviverei mais uma vez a todos os jobs.


Ouvindo e cantando "A felicidade bate à sua porta", das Frenéticas.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

quarenta e cinco

OUTRA FORMA DE AMAR

Nos meus planos eu não veria mais Leoni. Ele tinha as fotos e eu nem expectativas tinha mais a respeito daquela noite. Não ia esquecer o que ele me fez sentir, ia cantar e deixar o tempo passar, para ele ser uma lembrança boa.

Cantava empolgada com a casa cheia, pois era primeira vez que isso acontecia. Quando parei para anunciar a segunda música, eu o vi. Era mesmo Leoni no lado esquerdo do bar? Segurava uma long neck na mão. Há quanto tempo estava ali eu não fazia ideia, mas o show não foi o mesmo. Gostei de vê-lo, as músicas foram todas para ele, mas tive medo de que viesse depois.

Estava suada dentro do jeans quando fui encontrá-lo no balcão. Dessa vez, beijo no rosto.

- Oi! Gostou do show?

- Gostei de ver você.

Meu rosto em suas mãos quentes.

- Eu sei do que você gosta.

Todos aqueles sexos pintados, desenhados, fotografados, abertos, oferecidos. Carnes macias de mulher, dobras, uma fenda confortavelmente aberta e convidativa.

- Você não sabe nada de mim.

Não sabia mesmo. Só que era um colecionador...

- Eu não tiro você da cabeça.

Foi como um soco nas minhas certezas.

- O que você quer que eu diga?

- Me manda embora, me dá um soco, não me faz ficar aqui olhando enquanto eu só quero te tocar e te levar comigo.

- Eu não sei o que dizer – balbuciei.

- Eu não te quero, e quero cada vez mais. Eu te digo que não estou pronto pra isso, tenho muitas mulheres, todas que eu quiser, do jeito que quiser, na hora que eu pedir. Eu não, eu não preciso de você, mas não posso esquecer.

Tomei um grande gole da cerveja dele. Nenhuma palavra.

- O que você me diz?

- Eu?

Leoni suava, tirou os óculos, me encarou. Eu já estava tomada pelo suor do show, agora aquele discurso maluco. Tom e Régis observavam da outra ponta do balcão. Eu tinha que fazer alguma coisa.

- Você quer me fotografar de novo?

- Você vem comigo? Você vai vir de novo comigo?

O último gole. Peguei na mão dele e o empurrei. Leoni não estava mais no controle como na outra vez. Ele estava fora de controle. Eu também devia estar.



A câmera ficou comigo. Nós, no tapete da sala, cercados por todas as mulheres que passaram pelas mãos dele, pelo pau dele, pela boca, que se excitaram tirando a roupa e os óculos dele.

- Espera, vou tomar um banho.

- Não, quero sentir teu suor.

Seus olhos ansiavam, pediam, imploravam que eu descesse sobre ele. Tirei a blusa, o jeans ele ajudou a puxar. Eu não tinha a pressa habitual. Para que a pressa? A madrugada prosseguia lá fora, as buzinas, o riso , as vozes que ecoavam nas calçadas sem nos afetar. Fui ajoelhando até sentar em seu peito. Rocei meus pelos em seus pelos, meu suor no suor dele. Me excitei sem olhar para elas na fotos, bocetas, xoxotas, vaginas nada inocentes à espreita nas paredes. Meu olhar era dele. As luzes me deixavam ver suas pupilas dilatadas de tanto querer.

- Vem.

As duas mãos me puxaram pelos quadris em direção ao rosto dele.

- Eu vou.

A fricção no queixo dele me deliciou. Nossos pelos se emaranharam, subi mais, deslizei até encontrar o encaixe entre meu sexo e sua boca. Ali eu fiquei, sem paz, mal respirando enquanto seus lábios sorviam meu suor, minha essência. Se já não fosse, podia ser dele. Sem querer, sem amor, só a confusão de sentimentos, de fluidos, a ânsia pelo próximo movimento.

Quando era para ser, foi. E foi com tanta intensidade que derramei o líquido do meu gozo em seu rosto. Só por isso Leoni se apaixonou perdidamente e se lambeu e me lambeu e nunca mais quis que eu saísse de sua vida.

domingo, 8 de maio de 2011

A VIDA É TÃO RARA...*

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...





 
  Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...


*Como diria Lenine

quinta-feira, 5 de maio de 2011

quarenta e quatro 

O COLECIONADOR

Eu saía do bar depois do show quando senti um puxão no cabelo e alguém gritou meu nome. Quem é esse? Olhei para trás para devolver o “carinho” e ele me pediu um... autógrafo?! Parei. Ele devia estar bêbado e fora de si, mas era engraçado.

Ele me pegou desprevenida entre Samuel e Dado, me beijou. Era esse o autógrafo? Senti a língua na boca, tão rápida sinuosa, e quando achei que ia me envolver naquele beijo Régis já tinha me puxado perguntando se estava tudo bem, já que ninguém conhecia o homem. Na hora menti que era um amigo de Karen, me deixei levar por mais esse impulso. O cara de óculos e barba rala me interessava. Havia dois anos que não olhava para ninguém. Era tempo demais! Desde aquele dia com Chico... na cama. Seu Érico não tinha conseguido suportar a realidade e Chico parou de falar comigo, acho que casou. Não tinha certeza, mas também não queria saber.

Segui com um sorriso curioso estampado na cara. Entramos juntos em um prédio espelhado a poucos metros do bar. Fiquei olhando para trás para marcar algum ponto fácil de lembrar no caso de ter que sair correndo. Autógrafo... meu fã... Até que ponto?

Eu era só euforia e queria que tudo fosse uma grande diversão. Devia estar bêbada? Não! Vamos logo! Enquanto ele abria um vinho corri pela sala. Fazia tanto tempo que eu não me permitia, tanto... por quê? Vi fotos, gravuras imensas, pinturas de mulheres nuas, expostas e sorridentes com as pernas escancaradas. Algumas imagens ampliadas, quase distorcidas. Vulvas rosadas que se abriam para mostrar clitóris, pequenos e grandes lábios convidativos, assanhados. Entendi.

- Já sei o que tipo de autógrafo você quer - me joguei como criança na cadeira de balanço e levantei o vestido para provocá-lo. Usava uma calcinha branca e transparente, que mostrava meus pelos por baixo do tecido delicado. Instintivamente, fechei as pernas, como se ele não pudesse ver minha quase nudez. Ri sozinha e deixei o vestido cair por cima.

- Como é seu nome mesmo?
- Leoni.

Ele segurava uma câmera e me observava com curiosidade. Câmera? Não entendi. Eu prestava atenção nele. Estava sem óculos e sem camisa. Leoni... Os pelos que surgiam logo abaixo do umbigo davam uma mostra do que viria a seguir.

- O meu é... 
- Nina. Eu já sei quem você é. Vi vários shows seus naquele bar.

De repente ele não pareceu tão inocente como quando me beijou na frente de todos. Ninguém sabia onde estávamos. E eu disse a Régis que ele era um amigo, portanto não havia nada de suspeito na nossa saída e minha ausência só seria sentida no dia seguinte. Agora éramos eu e ele. Eu e Leoni?

- Então você já me conhece... você quer me fotografar? – abri as pernas. – Pode fotografar.

Leoni tomou um gole no gargalo, ajoelhou-se entre meus joelhos e cantou a última música do show de uma maneira mais suave ao mesmo tempo em que me acariciava a virilha. O movimento da cadeira, o vestido mal cobria as coxas. Ele afastou a calcinha. Não totalmente, deixando à mostra uma parte da penugem encaracolada. Um suspiro, meu. Não me tocou imediatamente, ficou olhando, admirando a forma triangular que se formava, clara e abundante. O que você quer de mim, estranho? Vai fazer um quadro para botar na sala e mostrar aos amigos ou só um papel de parede para o computador?
Ele me cobriu de novo e me sentiu por cima da transparência, era bom! Puxou um pouco do tecido com os dentes até alcançar a carne e deu o primeiro clique.

- Coloca a perna aqui.

Obedeci e coloquei os dois pés nos ombros deles. A câmera ficou no chão para ele poder me morder de leve e começar a enrolar a calcinha.

- Você vai só me fotografar? 
- É o que você quer?

Depois que fiquei sem calcinha não desviei mais dos closes que me cercavam. As mulheres e seus sexos monumentais que queriam me engolir. A visão delas me deixava agitada, eu queria tocá-las, inundá-las com minha excitação. E Leoni continuava: outro clique.

Os dedos dele se colocaram entre os grandes lábios, me abriram com delicadeza, apertaram de leve. Mais um clique. Quem acreditaria se eu dissesse? Uma das mãos segurava a câmera e a outra às vezes me dedilhava, às vezes apenas afagava os pelos, puxava-os para os lados de modo que pudesse ver. E cantarolava.

Pousei uma perna de cada vez no braço da cadeira. O convite estava feito, eu estava pronta e ansiosa. Logo Leoni estava sobre mim aproveitando o movimento da cadeira de balanço. Pelo que entendi, o autógrafo era a foto, e se eu tinha ganhado momentos de prazer também tinha feito um homem feliz com alguns cliques.

terça-feira, 3 de maio de 2011

COMPRE  UMA  TEVÊ  E  LEVE...

Se você enfrentasse uma fila de quilômetros para comprar mercadorias apreendidas pela Receita Federal numa feira, levaria para casa uma TV bunduda e rejeitada, daquelas de tubo e imagem mais ou menos? Um moço com duzentos reais no bolso teve peito pra isso, mas infelizmente quando chegou em casa e ligou o aparelho na tomada ele não funcionou. Ô dó! Sin perder la esperanza - jamás - ele chamou um conhecido que entendia de eletrônica. O mistério foi desvendado assim que abriram a TV: em vez de fios e componentes, havia quatro (eu disse QUATRO) notebooks como recheio do trambolho. Comprar uma peça de museu que ninguém mais quer nunca valeu tanto a pena.

domingo, 1 de maio de 2011

Deusa do amor - e da sofreguidão

Afrodite inventou uma mentirinha nada inocente para chegar mais tarde à lanchonete. Tudo para poder assistir ao casamento de Kate e William. Reparou e anotou os detalhes do vestido e correu para a casa da dona Isolda, costureira de mão cheia da rua de cima e tia da Vaninha, sua melhor amiga.
- Se eu trouxer o tecido amanhã, a senhora me faz pra quando?
- Ué, minha filha, tu já arrumou um pretendente?
- Dona Isolda, esse é outro assunto. Primeiro o vestido. Pra quando?

Por aí ainda dizem: cada um com suas prioridades.