quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012


NOSSA CANTIGA

Convido-a todas as noites prum passeio antes de dormir. Ela vem saltitando na ponta dos pés. Pés descalços da menina moleca de olhos grandes que tem a doçura e as mil cores de quem só conhece a alegria. E me leva pela mão, pela trilha de nuvens, me ensina a ser leve e flutuar. E ser.

São ternos e nossos os momentos. De jogar a cabeça pra trás numa gargalhada com os cabelos enfeitados de estrelas e preencher o céu de bolhas de sabão. E descer quicando até a ponta do arco-íris, brincar de fazer malabarismo com a auréola dos anjos e ainda ter fôlego pra pular com os carneirinhos que a gente conta. Um por um. Até eu começar a bocejar.

Quando eu esfrego os olhos com sono ela entende. Chegou a hora.

Ela segura minha mão até que eu adormeça.
Que minha criança não me esqueça.


domingo, 12 de fevereiro de 2012


É um enigma, você sabe
(O papo que virou post)

Puxe o fio e desate os nós do fetiche sem pensar em abstração. Agora, o concreto. Indiscreto. Mantenha aquela pitada de discordância, a cereja do bolo que o lobo adora – e devora. Tome fôlego e pule a encruzilhada de mão com Ariadne, pois a linha não é reta. E o voo é cego. Agora, outro tipo de duelo. Que é uma provocação sem capa de gabardine na esquina à espera do clique do olhar. O conteúdo será revelado se entender o silêncio dos lábios entreabertos que também assistiram ao filme. Decifre o mapa. Com as mãos.
 
A dança é nas nuvens daqui a cinco dias.