domingo, 28 de fevereiro de 2010

S i m p l e s

Bicho é bicho. Vem o homem, tira o bicho de seu hábitat e o enjaula, para mostrar que é capaz de domá-lo e ganhar dinheiro em cima disso. Vez por outra o bicho ataca o homem. Dava para esperar que fosse diferente?

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

pOnTo AgUdO

um ponto
encerra um conto.

um ponto
é história.

às vezes
um ponto demora
em uma linha
um sussurro,
um beijo...
adeus,
e
ponto.

fim provisório.

q u e m p e r g u n t a q u e r s a b e r

Se o seu dentista diz "pode guspir", você:

a) "gospe" sem pensar duas vezes.
b) engole em vez de "guspir", tamanho o susto.
c) "gospe" na cara dele e não volta nunca mais.
d) pensa em trazer um minidicionário para o moço, com a página do verbo "cuspir" marcada.
e) n.d.a.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A difícil arte de levar um só produto

Peço ao atendente para ver o preço do sabonete facial para peles sebosas da Neutrogena.
- É R$ 5, 78.
- Tá, vou querer.
Oba, mais barato que o da L'Oréal! Estou satisfeita, mas ele não. Que pena, teria sido tão melhor assim, tão mais fácil... Primeiro ele me oferece um esfoliante que tira os cravos do nariz, também da Neutrogena, que está na promoção. E eu:
- Não, não preciso.
- Tem antirrugas da L'Oréal...
- Brigada, mas não.
- Esse hidratante da Vichy é muito bom...
- Não, não, faz pouco tempo que gastei uma grana com tratamento pro rosto.
- Não quer nem aproveitar a promoção da Oral B?

Tá vendo? Depois eu é que sou a chata, mal-humorada que perde a paciência com os outros. Saí de fininho antes que ele viesse falar de mais algum produto do balaio chique da loja.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Só esperando

Ontem, foi meia hora de espera no hall do prédio antes de conseguir ir embora do trabalho. E era chuva. E era vento. E chuva com vento. E mais chuva, e mais vento. Uma moça se recusava a sair pra não estragar o sapato, um belíssimo scarpin nude, salto nove. Um moço quis enfrentar a tormenta com algumas folhas de jornal na cabeça. Não entendi essa, juro. Ele deu três passos pra fora e o guarda-chuva improvisado foi desmanchando, desmanchando... não vi o que aconteceu até ele alcançar o carro, mas posso imaginar. Quase um papier marché na cabeça, pronto pra moldar. Só faltou a cola.

Antes de ontem meio que faltou luz em casa. Meio porque a luz fez que foi embora, mas não por completo. Meia fase durante quarenta minutos. Fiquei sentada na cama, à luz de velas, hipnotizada pelo movimento lerdo do ventilador. Foi o único que não se rendeu!

E hoje, hein? O que virá?

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Prova de amor definitiva - e não se fala mais nisso

- Eu já disse que quero ficar com você!

- Mas eu tô insegura, Ricardo... você às vezes é tão frio...

- O que você quer que eu faça?!

- Diz que ama, vai... só uma vezinha.

- Por você eu passei a tomar banho TODOS os dias. Quer maior prova de amor que essa???


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Quer maior prova de amor? Hein?

domingo, 21 de fevereiro de 2010

BEM-VINDO AO HORÁRIO DE DEUS.
[Adeus, horário cafona de verão.]
Sente-se, relaxe e deixe seu relógio biológico
voltar a funcionar normalmente.

Amém.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Vai ser hiper-realista assim lá na...

Se estivesse em Melbourne, na Austrália, iria correndo ver de perto, bem de perto, as esculturas de Ron Mueck. Já que tô de longe, me contento com os jotapegês cedidos gentilmente pela net.

O cara criava fantoches e contribuiu com o filme Labirinto e o Muppet Show (adoro!). Mais tarde começou a trabalhar só com esculturas hiper-realistas. Deu no que tá aí embaixo. Perfeição!

Olha o tamanho das "crianças"...


sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Inversão
de
papéis

Mamis vai pra balada com amiga encarar uns chopps e a filhota aqui fica tomando conta da casa, na frente da TV.

Inversão
de
papéis


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Rio de xixi

Nunca antes na história... se viu tanta gente regando paredes, calçadas e árvores com o mais puro e caliente xixi. Os caras botam pra fora a vergonha dependurada sem mirar em nada e tchhhhh... As moças afastam a calcinha e deixam cair. Eu ainda me pergunto por que só agora a polícia quis se meter nessa história fedorenta. Em outros carnavais a prática da mijação pública não era tão escancarada ou alguém teve a audácia de se aliviar no pneu do carro de uma autoridade e chamou atenção dos "ômi"?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Faxineira - cada um tem a sua

Paula chega mais cedo do trabalho por causa de uma dor de cabeça. Ao entrar no banheiro, flagra Deise, a faxineira, escovando os dentes com sua escova novinha.
Perplexa, Paula solta:
- Deise, você sabia que usar a escova de dentes dos outros é anti-higiênico?
Deise sorri com a boca cheia de espuma e responde, depois de cuspir:
- Tem problema, não, dona Paula. Eu não tenho nojo da senhora.


[Acredite se quiser: essa história é real e foi contada por um amigo meu.]

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Soltando a franga

No carnaval acontecem coisas. O Rubens, marido da Angelita, saía todo ano num bloco de amigos, cada vez com um modelito diferente. Eram dias de folia e ele justificava a mudança radical dizendo que precisava fugir da rotina sufocante e se divertir como todo mundo.

A criançada vibrava. Tão inocentes, não viam mal no pai de peruca loira, usando os vestidos, as minissaias e os tops da mãe. A mais nova, de 6 anos, ficava toda orgulhosa de emprestar as roupinhas das bonecas para rechear o sutiã do pai e ainda dava palpites na maquiagem exagerada e lambuzada, parte que mais entusiasmava o Rubens.

Como sempre ele passava as quatro noites na rua vestido de mulher, requebrando as falsas cadeiras para os homens que passavam sem o menor pudor. A Angelita, que não era de carnaval, ficava em casa e aproveitava o tempo para colocar as leituras em dia enquanto as crianças jogavam no computador. O Rubens só vinha dar o ar de sua graça no dia seguinte. Tirava um cochilo, chamava a Adrianinha para retocar o batom vermelho-sangue e saía de novo, com uma cerveja em cada braço.

E assim era os carnavais para a famíla Silva. Diversão tresloucada para o Rubens, descanso para a Angelita, uma piada de mau gosto para a sogra e, para as crianças, gargalhadas na janela sem maiores consequências.

Só houve um problema: na última noite Rubens se empolgou com o sucesso da sua dança do ventre exuberante e se recusou a tirar a fantasia de odalisca que Angelita bordou especialmente para ele. Hoje, a sogra chama-o de "fresco" e Angelita faz o que pode para esconder das crianças a nova personalidade do pai. Se ao menos o Rubens não fizesse tanto barulho com os saltos...

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

F a s t C h a n e l

Incomum pra mim assistir a um filme sem antes ter lido uma linha sobre ele. Talvez por isso o olhar desconfiado diante de Coco Antes de Chanel (Coco avant Chanel). Audrey Amélie Tautou tão sisuda... não me acostumei com isso... bizarro! A história é mais triste que fashion, não sabia que seria assim. A pobre menina órfã é orgulhosa e decidida, mal-humorada que só ela, chama-se Gabrielle e fuma enquanto costura. Tudo passa rápido demais, termino querendo mais e sou obrigada a fuçar, como sempre, nas páginas do Google pra saber mais da mulher. Nem só de chapéus, pérolas e glamour viveu Coco Chanel.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Sonho de uma noite de verão

Acessório indispensável para uma noite de só love, só love em pleno verão brazuca: SPLIT.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Não adianta disfarçar

Eu saio de casa pra ir na padaria. Não tem pão em casa, pô! Tô com pressa, com fome, botei até a blusa de trás pra frente, a louca. Tô suada. Vejo um conhecido a uns metros, desacelero o passo pra não alcançá-lo. Sabe como é, né? Não tô a fim de social, quero tomar café. O foco: aliviar o estômago. Mas ele anda mais devagar. Minha rasteira faz pléc-pléc-pléc na calçada. Ele percebe que tem gente atrás. Tá quase parando... Ai, não. Ele olha de lado. Ih, já me viu! E se não tem jeito de fingir que não é comigo, lá vou eu e minha cara de pau: "Oi, fulano! Tudo bem?". Só pensando em pão com Toddy e Nescafé.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Olha a gafe aí, gente!

Vou ajudar uma moça cega a entrar no ônibus. Falo muito perto do ouvido dela, e num tom mais alto que o normal (GAFE 1).

Lembrar sempre: a pessoa é desprovida de visão, não de audição.

Depois agarro-a pelo braço com firmeza, para conduzi-la à entrada do coletivo (GAFE 2).

Lembrar sempre: o deficiente visual é capaz de seguir sozinho, só é necessário que tenha a indicação clara. E ele pode preferir segurar o braço de quem o guia e não ter o seu próprio braço agarrado e erguido.

Essas informações preciosas eu ouvi de Geraldo Magela em algum programa de TV, mas só me lembrei delas quando a moça já estava entrando no ônibus. Fica pra próxima.

Minha boca é um túmulo

O que você diria de uma garçonete que anota o pedido em um guardanapo? Eu não disse nada na hora, não me atrevi, porque a moça tinha pinta de uma versão psicopata de Salma Hayek. Tenha medo, muito medo.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

AO ACASO

Dando uma folheada no Aurélio, achei esta:

-> soap opera. [Ingl.] Novela radiofônica de caráter sentimental, em capítulos, e destinada à propaganda de algum produto (originariamente, o sabonete).

Agora entendo o porquê do soap metido com opera! A história devia girar em torno de um merchandising escancarado, é isso? Algo assim: mocinho beija mão de mocinha e elogia o maravilhoso perfume de sua pele macia e delicada. Ela suspira com o toque e entra a locução, anunciando o sabonete responsável pelo encontro dos apaixonados. Ó, que romântico!

O Próximo Capítulo, blog cujo último post aconteceu em 2004, esclareceu de vez minhas ideias:

Quando o rádioteatro e a televisão, em 50, passaram a transmitir situações domésticas cotidianas. Rapidamente, estes programas, que eram transmitidos após o almoço, se tornaram preferência do público feminino e mantém as mesmas características de horário até hoje.

Soap – A indústria de cosméticos era bastante limitada e não dispunha de produtos como xampu, reparador de pontas, hidratantes, etc. Os sabonetes eram praticamente os únicos produtos de beleza disponíveis para o cuidado de pele e cabelos da mulher.

Grande parte da população feminina da época não possuía carreira profissional nem emprego, e ficava em casa neste horário após o meio-dia. Considerando que, grande parte, do público feminino é atraído por melodramas, e de que este mesmo público tem preocupação com a beleza estética e é facilmente influenciado pela idéia de adquiri-la, facilmente entenderemos porque os melodramas em TV eram freqüentemente patrocinados por marcas de sabonete. Daí a origem do termo soap opera.

O termo seguinte opera, faz sentido uma vez que uma das mais fortes manifestações artístico-culturais no século passado foram as óperas. Portanto, sendo irônica ou não com esta correlação, fica fácil entender o significado do nome soap opera para as telenovelas americanas.


É como dizia o sábio: vivendo e aprendendo.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Apenas um detalhe

A família reunida na sala diante da televisão. O pai, emburrado porque acabou de ver o time perder na decisão do campeonato brasileiro, rói as unhas e acompanha com os olhos o vôo de um mosquito ao redor da antena. Detesta novela, mas já que é o último capítulo, o incômodo de ver a mulher de posse do controle remoto não é tão grande. A filha aguarda ansiosamente os próximos comerciais.
- Mãe, pai, eu tenho uma coisa pra dizer.
O pai, como quem nada ouviu, avisa:
- Vou pegar uma cerveja.
- Vê se não suja nada que eu já limpei a cozinha – dá uma olhada para o marido, que sai da sala arrastando os chinelos. – Quer ver como ele vai deixar louça suja na pia? Só espera. Esse homem não tem mais jeito. Humberto!
Estão as duas na sala. É agora ou nunca. A filha chega mais perto. A mãe não desgruda os olhos da TV.
- O Carlos vem aqui hoje.
- Isso lá é hora de visita, menina?
- Ele quer falar com vocês.
- Tem que ser hoje que eu estou vendo minha novelinha pela última vez?
- Tem que ser logo, mãe.
- O Humberto deve estar dando conta do queijo que eu comprei hoje. Anda, Humberto!
O pai volta lambendo os dedos. Cerveja na mão, afunda com prazer no buraco deixado na poltrona.
- Encheu a pança, foi? Depois vem reclamar que tá barrigudo. Qual é o babado, afinal? – dirige-se à filha.
- Eu e o Carlos resolvemos nos casar.
A mulher se pisca toda. Ainda vai acabar perdendo o melhor da novela: descobriram que a boa moça enganou a todos e fugiu com o traficante bonitão e o dinheiro que a família levou anos para juntar dando duro na padaria.
- Como?! – pergunta, sem desviar totalmente a atenção.
O pai quase se afoga. Lá vem o maldito mosquito encher o saco. Dá um tapa no ar sem muito sucesso. O mosquito continua rondando. Irritado, finalmente se mete na conversa:
- Vocês não acabaram a faculdade ainda, e que e eu saiba esse rapaz não tem emprego. Vocês vão viver de quê? A família dele já sabe?
A mulher interrompe, satisfeita, para comentar a novela:
- Eu sabia que esses dois iam conseguir escapar!
O pai, preocupado, caça o mosquito.
- Pra quando vai ser?
- Domingo. Foi o único dia disponível na igreja. Senão só daqui a dois meses.
E daí a mulher cai na real:
- Mas é depois de amanhã!!!
- Consegui, matei o filho da puta! – grita o pai, eufórico por ter liquidado o mosquito.
- Não dá. Tá muito em cima.
Pai e mãe ao mesmo tempo:
- Por quê?!
- Eu tô no último mês.
Boquiabertos, os dois notam a barriga avantajada da filha. Olham para a televisão em busca de resposta, e se dão conta de que a novela acabou.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

No Ribeirão da Ilha

Nesta ilha eu tenho passado calor, mas consigo enxergar beleza numa tarde ensolarada de sábado.


H o r ó s c o p o d i r e t o
do ô n i b u s


ÁRIES
Busque o verdadeiro motivo de sua inquietude.

Fui buscar e achei - sou inquieta desde que nasci porque sou ariana. Isso explica muita coisa...
E bota quentura nisso

Que calorzinho da peste que está fazendo, hein? Houve um tempo - feliz - em que eu colocava roupa pra dormir. Agora tiro-a com gosto, e não tem nada a ver com strip tease. E primeiro vem o banho de chuveiro. Depois o banho de suor. Quando isso termina? É alguma espécie de pegadinha e ninguém me avisou?

Ai, ai, ai.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

No meio do caminho havia uma Beyoncé

Em dia de show internacional na Ilha, coisa não muito comum por estas plagas, só se falou nisso all day long. Cada um pronunciando o nome da bonitona dum jeito e assuntando... Quem vai, quem não vai, como vai ser, ela já chegou, onde ela vai, onde fica, o que vai comer. Aff Maria... O que respingou em mim foi o caos no trânsito quando saí do trabalho. Cheguei em casa quase uma hora depois do normal, viu, dona Bionci?

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Recicla, meu bem. Recicla que eu gosto.

Depois se sentar no trono e ter seu momento de meditação, você ousaria limpar a bunda o loló com a papelada do escritório em forma de papel higiênico? Essa é a proposta de uma empresa made in Japón com a White Goat, uma máquina que tem capacidade de transformar 40 folhas A4 em um rolo de papel higiênico ecologicamente correto. A empresa garante que dessa forma seriam menos 60 cedros derrubados. Então tá. Você se habilitaria a testar a novidade em prol da conservação da mãe natureza? Segure o tchan, porque de acordo com a Folha o lançamento da máquina deve acontecer apenas no segundo semestre, e lá fora, lógico.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

SEM TENDA DOS MILAGRES

O povo vive como louco atrás de receita mágica pra emagrecer e ficar de bem com sua imagem no espelho, entrar naquela roupa, conquistar alguém ou só atrair olhares gulosos. Tenho ouvido uns papos de ração humana ao mesmo tempo em que deu na TV que a sibutramina foi proibida na Europa. Tô fora! Eu, que já fiz dieta da lua, dieta do abacaxi, dieta da sopa, dieta com remédio, dieta de fome (do cão) e o escambau pensando em murchar o shape rechonchudo, tenho a receita definitiva: comer direito e fazer exercício. O resto é conversa.