quarta-feira, 29 de julho de 2009

cuidado com o que vem do céu

Aqueles pombos gorduchos e de olhos vermelhos, em revoada sobre nós, servem pra quê?

a) Enfeitar as praças, as ruas, os telhados... A cidade toda, vai...
b) Enfeitar nossas roupas e cabeças com seus excrementos malignos.
c) Dar um toque pós-moderno à pintura dos carros.
d) Servir de canja.
e) Não servem pra nada. Eu não alimento pombos, eu não gosto de pombos. Pombos transmitem doença. Xôô!!!!!!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Tokyo!

Eu vi "Tokyo!" há umas duas semanas e sei que deveria ter registrado logo minhas impressões, porque agora parece que algo se perdeu. Mas vamos ao que interessa. Sem dúvida o filme é interessante. Três diretores criaram três histórias que não se cruzam em nenhum momento, mas se passam na capital japonesa. Na primeira, "Design", um casal se hospeda no apartamento - precisa dizer que é minúsculo? - de uma amiga para tentar a vida no lugar. Com algum esforço o cara consegue se dar bem, mas a moça sente-se tão inútil que acaba virando... uma cadeira! Só vendo. A segunda história, "Merde", é sobre um ser ruivo e desgrenhado que vive nos subterrâneos da cidade e sai para se divertir assustando as pessoas. Esse poderia ser bem mais curto. O último, meu preferido, é "Shaking Tokyo", que penetra na rotina de um hikikomori comedor de pizza que se apaixona pela misteriosa entregadora e toma coragem para colocar os pés na rua de novo. É delicioso acompanhar a primeira saída dele, a agonia com os raios de sol, a indecisão diante do desafio, a corrida pela cidade estranhamente solitária. Eu gostei.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

dentes brancos, hálito puro

Antigamente, para manter a boca limpa e saudável, bastava uma boa escovação com qualquer escova + Kolynos = ahhhh. Hoje isso não é suficiente. Temos que escovar a língua e as bochechas também, usar enxaguatório sem álcool e creme dental com branqueador, partículas de gel refrescante, etc. Sem contar que os fabricantes prometem livrar-nos para sempre de todo o tártaro e das cáries (amém!) com escovas de cerdas emborrachadas e cheias de frufrus, caras que só elas. Mas se tudo aquilo que a gente fazia antes era pouco não deveríamos ter virado um bando de banguelas?

quarta-feira, 22 de julho de 2009

fala, garota - mas fala certo

A repórter de um conhecido programa local soltou "degrais" ao vivo, quando mostrava uma escadaria perto do morro. É, minha cara, realmente eram muitos "degrais", tantos que você escorregou e deve ter se perdido em algum deles. Quem ficou constrangida foi a apresentadora, que tratou de corrigir a colega com a palavra pronunciada corretamente: D-E-G-R-A-U-S. Viva a língua nossa de cada dia na era da reforma ortográfica!

terça-feira, 21 de julho de 2009

Lars and the real girl

Lars é um cara quieto. Lars não tem pai nem mãe e mora na garagem da casa do irmão. Ele evita o contato com as outras pessoas e foge da colega de trabalho que tenta se aproximar como se ela tivesse uma doença contagiosa. Lars ainda usa a manta que sua mãe fez quando era pequeno. E Lars é tão avesso ao calor humano que compra uma boneca para servir de namorada. Curioso?
Basicamente essa é a história do filme Lars and the Real Girl, que poderia ser uma comédia bobinha, mas está muito longe disso. É uma história delicada e comovente, mesmo que muitas situações vividas pelo personagem estejam além da imaginação de qualquer um. Um homem que compra uma boneca sexual que é a cara da Angelina Jolie e a leva a festas e à igreja não é uma coisa que a gente vê por aí, e por isso o filme vale a pena.



quinta-feira, 16 de julho de 2009

Traição em Hong Kong

Acabei de ver no Telecine. Ah, claro que não é um filme de insustentável leveza. Asia Argento está lá, mais complexa do que nunca, caindo na história de um casal de olhos puxados. Quantas más intenções! Ela me lembra um pouco a Courtney Love, a louca... deve ser o bocão vermelho, o cabelo com cara de sujo e o peito sempre querendo escapar do sutiã. Deve ser. E a correria em Hong Kong e a solidão da moça tinham semelhanças com a trilogia Bourne ou eu viajei? Imagine estar num lugar completamente estranho sem conhecer ninguém, sem cartão de crédito, celular ou lugar para ficar. Deu dó. Deus me livre!

de gentileza em gentileza

O senhor abriu a porta do prédio para eu entrar. E eu fiquei com o dedão apertado para segurar o elevador até ele vir. Olha, nem doeu.

terça-feira, 14 de julho de 2009

short animation - ALARM

Não é assim que você se sente quando o despertador toca e você queria só mais um minutinho de cama quente e sonhos e aconchego e delírios sob o lençol?


segunda-feira, 13 de julho de 2009

antes tarde

Woody Allen não complicou dessa vez . Em Vicky Cristina Barcelona não tem nada de dramalhões familiares nem diálogos intermináveis ou noivo neurótico, noiva nervosa. O filme flui na cor âmbar. A fotografia é belíssima. E há Javier Bardem e Penélope Cruz em espanhol. Precisava mais? Simmm!!!! Final inesperado.
Me ganhou.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

watching Watchmen

Tá certo que se eu tivesse lido a HQ tudo seria lindo e diferente, mas eu não li. Do filme eu só sabia que Jeffrey Dean Morgan (ou Denny Duquette, que fez o amado de Izzie em Greys Anantomy) iria ser o Comediante, e isso não era nada diante da turma de mascarados que viria na sequência. Tinha o Dr. Manhattan, azul que só ele, mostrando seu pinto e todo o resto em 3D, óbvio. A moça às vezes me lembrava a Natalie Portman, não sei direito por quê. Rorschach e sua máscara mutante na cara quase o tempo todo me encantaram. Não gostei do Coruja nem do loirão, de quem não lembro o nome. Ai, que filme looongo! Duas horas e quarenta minutos de uma história tão confusa que me obrigou a virar pro lado e cochilar depois de meia hora. Será que foi por isso que nada fez muito sentido depois? Teve sexo, pero no mucho, e na cena mais caliente o casal se atracava enquanto a trilha sonora rolava ao fundo - o cara cantando um refrão com "aleluia". Como? A ereção foi um milagre? Nada sexy. E teve muita violência, essa coisa de mostrar os membros sendo cortados e o sangue jorrando à vontade para contentar os sádicos de plantão. O fim me convenceu menos que tudo, e quando acabou eu não sabia dizer se tinha gostado ou não. Se queria ver de novo ou não. Eu ainda não sei e não tenho a HQ pra conferir. Mas volto pra falar de "Vicky Cristina Barcelona" e de "Tokyo!". São outras histórias.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

convincente

Um dia ela cansou de tudo.
- Você é um safado, sem-vergonha, cachorro, traidor, canalha, mentiroso!!!
Ele não falou nada.
- Eu tô de saco cheio e tô falando com você, tá me ouvindo?
- Tá bom.
- Eu já sei de tudo, a vagabunda me ligou no trabalho hoje à tarde pra contar o que vocês dois fazem todo fim de tarde. E eu pensando que você ia dar um tempo no bar com os teus amigos malas. Bem-feito pra mim!
Ele baixou a cabeça.
- Você não vai tentar limpar sua barra comigo, não?
- Não, gata.
- Como não?!
- Eu concordo com tudo que tu falou.
- Hã?
- Gata, a verdade é que eu não presto e tu merece coisa melhor.
- Eu mereço?
- Tu é uma mulher linda, gostosa e batalhadora. E eu, o que é que eu sou? Um ferrado que vive de mesada e não valoriza a namorada maravilhosa que tem. Eu sou um zero, um merda mesmo. Eu mereço esse pé na bunda. Vai, pode falar mais. Detona.
- Ah... também não é assim.
- É, sim. Tu ainda vai conhecer um cara maneiro que te convide pra jantar e te leve pro motel, beije esses pezinhos, essas pernas incríveis... Tu é mulher demais pra mim, gata. Por que é que eu fui fazer isso? Tu é tudo que eu sempre sonhei.
- Eu sou?
- Tu tem dúvida disso? Eu não. Tu vai ser muito feliz longe de mim.
- Eu vou?
- Vai.
- Eu não sei.
- Não sabe?
- É... Sei lá...
- Deixa eu juntar minhas tralhas pra te deixar em paz duma vez.
- Você já vai?
- Tu não quer que eu vá?
- Eu... eu...
- Fala, gata.
- Fica. Vamos tomar um vinho e conversar melhor.
- Gata... Tu é uma mulher inteligente!

domingo, 5 de julho de 2009

se fosse antigamente

Uma mulher me ligou esses dias:
- Bom dia. Eu gostaria de falar com a Alline...
Eu, que não sou de esticar conversa quando sinto cheiro de vendedor na área, me identifiquei e esperei a deixa para dizer adeus. Mas não, a pessoa do outro lado não queria me vender nada, ainda bem! Seu objetivo era apenas descobrir se eu conhecia e tinha o telefone de uma Leila, que é minha vizinha. Leila? Minha vizinha? Não conheço nenhuma Leila aqui no prédio... Ah, não é daqui, mas do prédio do outro lado da rua? Como eu vou saber? Como vou conhecer essa Leila do número tal da minha rua? Se fosse antigamente, quando eu morava numa casa cercada de outras casas e tinha amizade com todo mundo e frequentava a casa de todo mundo, haveria grandes chances de eu até ser amiga da Leila. Hoje... Desculpe. Fica pruma próxima.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

onde está Michael?

Achei sem querer - mesmo - entre os trabalhos bem-humorados do ilustrador francês Arthur de Pins. As ilustrações abaixo devem ser de alguns anos atrás.



quinta-feira, 2 de julho de 2009

fatos

Uma lagartixa sobre a cabeça, paradinha no teto- mas assustadora -, é a última coisa que uma mulher desejaria durante a aula de dança. Digo sem orgulho que passei por isso.

Eu vou ao endocrinologista e tenho certeza do que já desconfiava: consegui deixar para trás uns bons quilos. Então volto para casa animada com a boa nova e o que ganho? Uma caixa de bombons! Sim, sim, sim, a caixa continua fechada. Até quando não sei...

O colega de trabalho se vira para repetir o que acabou de ouvir na rádio sobre a greve de motoristas do transporte maledeto e coletivo: "Verificamos que não há passageiros na parte interna do ônibus". Haveria possibilidade de ter passageiros na parte externa, enfeitando a lataria? Essa foi bárbara.