quinta-feira, 26 de março de 2009

eu disse não

Bento tentou. Bento foi à Africa com sua batina branca e sua cara de poucos amigos, fez a pregação contra o pinto encamisado, alardeando que isso faria o problema da aids se agravar, mas não adiantou. Os pintos unidos exigem respeito, querem sua couraça de látex e não vão se deixar levar pelo discurso do senhor mais fora da casinha que já existiu.
E em homenagem à liberdade dos pintos de optar por trajes de segurança durante o sexo, foi lançado em Paris um preservativo que é cool demais da conta: tem a cara do Pope que não é pop exposta na embalagem, com a inscrição "I said no". Eu também digo não, bicho papão!

terça-feira, 24 de março de 2009

há homens e homens

O moço vem na rua de mão dada com a namorada. Quando passa por mim, solta um "oi" naquele tom de galanteador barato. Sabendo que de jeito nenhum conheço a peça rara e aquilo não é brincadeira de um amigo, eu me pergunto: por que o sujeito não podia se contentar com a moça que estava com ele?

sons na madrugada

Acabei de ter certeza de uma coisa: é quando não posso fazer barulho que me torno a mais desajeitada das criaturas na face da terra. Se o povo de casa foi dormir - e todos vão pra cama antes de mim - é certo que vou deixar um copo cair, tropeçar no chinelo, bater a porta sem querer ou provocar algum tipo de ruído que me deixa com a sensação de que poderia ter acordado o andar inteiro. Talvez eu devesse dormir mais cedo... Estou indo escovar os dentes. Torçam para que eu me comporte.

quinta-feira, 19 de março de 2009

como a gente se engana

Ou... como eu me engano. Depois de muito prometer, ontem tudo deu certo e consegui dar uma espiada na famosa aula de dança de salão que minha mãe faz. Fui no carro falando que já fiz dança de rua, dança do ventre, uma aula de rumba e mambo, sei sambar, me viro no bolero, blablablá, achando que ia abalar as estruturas da garagem onde o arrasta-pé acontece. Mas foi o professor começar a aula pra eu quase dar um nós nas pernas e ver que a coisa não é bem por aí. É mais embaixo, nega. Não dá para comparar ritmos, achar que ter gingado basta. Ajuda, sim, e muito, mas antes de qualquer coisa é preciso baixar a bola e partir do zero. E é isso mesmo que eu vou fazer.

segunda-feira, 16 de março de 2009

de queixo caído

Na capa da última VIP:


FIQUE COM AS MAIS VELHAS
ELAS SÃO RICAS,
SARADAS,
DISPONÍVEIS
E O MELHOR:
NÃO QUEREM
NADA SÉRIO!


Tô bege.

domingo, 15 de março de 2009

já era

Eu queria usar o celular velho como despertador, atitude mais nobre que deixá-lo esquecido na gaveta ou pior, jogá-lo no lixo. Coloquei o aparelho para carregar logo cedo e fui dar um jeito no quarto, estava precisando. Baguncinhas imperando no espaço. À tarde, finalmente bateria a mil. É agora! Liguei do mesmo jeito de sempre e só então me lembrei de um detalhe: eu precisava do número do PIN. Putz, qual é o número desse trem? Tentei a primeira opção, não funcionou. A segunda, minha grande esperança de acabar com a questão, também não. Na falta do número em mãos, fui atrás. Vasculhei agendas, pilhas de papéis, envelopes, caixas, pastas e não achei grande coisa. Na verdade só conseguir encontrar a capinha de plástico onde o cartão com o PIN ficava guardado, o que encerrou a busca. O significado disso? Simplesmente que em alguma faxina anterior rasguei e joguei fora o cartão com o sonhado número do PIN e fiquei só com a capinha, que poderia ser útil no futuro. Entendo. Fico com a capinha de plástico transparente e o celular desligado, imprestável. Viu? É nisso que dá se livrar do que não interessa no momento.

sexta-feira, 13 de março de 2009

segunda-feira, 9 de março de 2009

companheiras de guerra

A doutora dermatologista disse na TV que a celulite é crônica, persistente e progressiva. Tá bom, tá bom, eu já entendi que apesar de todos os quilômetros caminhados, o suor derramado em prol da malhação (u-hu!) e as dietas de fome eu vou morrer com aqueles furinhos plantados aqui e ali (e acolá... rs) por algum duende malvado enquanto Morfeu me embalava. Já que é assim, me vê aí um milkshake de Ovomaltine que eu quero mais é comemorar minha libertação. Cuidado com o corpo, sim, baby, mas sem paranóia. Ah, e antes que alguém me pergunte, essa bunda aí não é minha, tá?

quinta-feira, 5 de março de 2009

bendita

Depois de um dia de paranóias e estresse na mesa de trabalho, nada melhor do que chegar em casa, tomar um banho quase frio com sabonete de erva cidreira e tirar aquela cervejinha do freezer.

terça-feira, 3 de março de 2009

adoradora

Não é pra ser do contra, mas eu sou mais o frio, o inverno, me enfiar debaixo do edredom cheia de roupa, tomar chocolate quente ou vinho, sentir o nariz gelado e soltar aquele bafinho de dragão nos dias de temperatura mais baixa. Isso é ruim? Tudo bem, eu moro num lugar famoso pelas belas praias e tal, mas por que eu tenho que preferir sol e calor? Já fui mais radical, hoje digo apenas que o verão é mais uma estação pela qual eu tenho que passar - como todo mundo - e me conformo. Algumas pessoas é que não se dão por vencidas e querem que eu acredite que o calor é melhor. Ah, é? Por quê? Eu estou sempre suando derretendo, desintegrando e desidratando. Quer coisa mais chata do que chegar nos lugares como se tivesse acabado de passar pelo LAVA CAR? Encharcada absolutamente em todas as partes, é sério. Maquiagem não posso usar, porque não dura, não resiste aos rios salgados de suor que descem testa abaixo. Se eu passo um lápis rente aos cílios achando que vou abafar, dali a meia hora ele vai todo parar embaixo do olho e eu fico com aquela cara de panda, ou de abatida, ou de mulher com o lápis borrado mesmo. Whatever. As opções de cor não são muitas: camiseta branca, branca e branca. É a única que não chama muita atenção para a pizza brotinho que surge indevidamente no sovaco (direito e esquerdo) assim que começo a me movimentar. E as espinhas? No verão elas pululam na pele oleosa como se eu fosse uma adolescente com hormônios em ebulição e resolvem aparecer na ponta do nariz, no queixo e perto da sobrancelha, lugares que para esconder só se eu usasse uma burca. Não, mas aí eu ia suar ainda mais! Por isso eu continuo dizendo: o frio me faz bem, eu adoro o frio. Vem, frio, vem. Frioooo??? Cadê você, meu querido? Volte algum dia, sim? Sem você não sou ninguém.