Meu momento Mastercard
Encontrar "Confesso que vivi", livro de memórias de Pablo Neruda que procuro há uns bons cinco anos, não tem preço.
Na página 51, uma pequena amostra do que me encantou no poeta:
"...SIM, SENHOR, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam... Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as... Amo tanto as palavras... As inesperadas... As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem... Vocábulos amados... Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho... Persigo algumas palavras... São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema... Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do meu prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas... E então revolvo-as agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as... Deixo-as como estalactites em meu poema, como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes na onda...".
Esse é único.
Encontrar "Confesso que vivi", livro de memórias de Pablo Neruda que procuro há uns bons cinco anos, não tem preço.
Na página 51, uma pequena amostra do que me encantou no poeta:
"...SIM, SENHOR, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam... Prosterno-me diante delas... Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as... Amo tanto as palavras... As inesperadas... As que avidamente a gente espera, espreita até que de repente caem... Vocábulos amados... Brilham como pedras coloridas, saltam como peixes de prata, são espuma, fio, metal, orvalho... Persigo algumas palavras... São tão belas que quero colocá-las todas em meu poema... Agarro-as no vôo, quando vão zumbindo, e capturo-as, limpo-as, aparo-as, preparo-me diante do meu prato, sinto-as cristalinas, vibrantes, ebúrneas, vegetais, oleosas, como frutas, como algas, como ágatas, como azeitonas... E então revolvo-as agito-as, bebo-as, sugo-as, trituro-as, adorno-as, liberto-as... Deixo-as como estalactites em meu poema, como pedacinhos de madeira polida, como carvão, como restos de naufrágio, presentes na onda...".
Esse é único.
5 comentários:
Fominha de palavras, ele, e, no entanto, não há nenhuma capaz de descrevê-lo por completo...
Eu amo esse homem!
=)
Beijo, moça.
ℓυηα
Podem ter a certeza de que não foi quando descobriu a América, mas sim quando estava a descobri-la, que Colombo se sentiu feliz
Luna:
E não é? Eu poderia encher a boca e falar um monte, abrir os braços e gesticular, mas só posso dizer uma coisa: Neruda é único.
Um beijo pra ti!
Bea:
Quisera eu ter tido essa felicidade.
Já faz bem uns 10 anos que troco os passos com Neruda, por causa dele gosto mais de poesia, por causa dele tenho o sonho até hoje de ir para o Chile...
amo
beijo
Dai:
Somos duas. Não, devemos ser muitas por aí. Neruda é apaixonante. E o Chile ainda é o destino de algum dia. ;)
Beeeeeijo!
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