terça-feira, 22 de junho de 2010

Lisa vai casar

O vestido chegara naquela tarde, e havia ficado sobre o sofá da sala, imaculado, solene, dominando o ambiente. Não havia com o que se preocupar. Rapidamente escolheu uma roupa para aproveitar sua última noite de solteira. A calcinha tinha que ser preta, pequenininha, dessas que vão entrando na bunda a cada passo, sem marcar o corpo. Lisa passou batom e guardou o celular na bolsa, mas não teve tempo de fazer mais nada, porque a campainha tocou.

- Você por aqui?

O tom nada tinha de inocente, e era óbvio que no outro dia Igor acabaria sabendo do encontro. Ele tocou seu braço e foi o que bastou para ela ficar eriçada, a pele, os pelos da nuca. Chegou perto demais e ela pensou em Igor e o desejo apenas aumentou. No fundo não o perdoava por tê-la traído um mês atrás, e o pior, ter confessado, para em seguida pedi-la em casamento. A aliança no dedo não a fez esquecer.

Sem ter como se livrar da presença do homem, convidou-o para sentar. Conversaram durante um bom tempo, beberam além da conta, provocaram-se. Ela não sabia mais onde colocar as mãos, que eram adeptas de todas as sacanagens e se enfiavam entre as pernas com conhecimento de causa. Tinha urgência de tocá-lo.

- Amanhã é o grande dia - ele disse. Ela concordou e languidamente se deixou levar ali mesmo no sofá. Ele afastou um pouco a calcinha e fez com que ela sentasse no colo dele. – Você vai ser uma noivinha linda.

Ele lambeu-lhe a ponta dura de cada mamilo. Ela perdeu-o de vista enquanto “aaaahs” e “oooohs” saiam janela afora, noite adentro. Passaram a noite juntos na futura cama do casal e só acordaram porque Igor ligou, voz de ressaca, de quem andou metendo por aí sem a menor culpa.

Não se desesperou porque tinha um ajudante em casa que fechou o zíper do vestido e fez questão de escolher a lingerie, mas só depois de uma rapidinha na poltrona preferida de Igor, abrindo caminho em meio às camadas de tule. Ela já pensava em loucuras para um futuro próximo.

Foi encontrá-lo de novo na porta de igreja. O ar arrogante permanecia, o nó da gravata estava meio torto. A cerimônia estava atrasada, a noiva, afogueada, quase sem maquiagem e sem a cinta-liga. Ele mostrou a peça delicada no bolso e ambos sorriram, entrando na igreja como tinha que ser, de braços dados. Loucos um pelo outro.

Diante do padre e do noivo, que também era seu filho, ele sussurrou no ouvido de Lisa que estava de pé a ideia de inaugurar seu buraquinho apertado, este sim ainda virgem, quando voltasse da lua-de-mel. Em frente ao padre ela disse sim, o esperado sim, e ninguém entendeu direito.


8 comentários:

Ana B. disse...

gttttt

q babado hein...

uehehehe

Luna Sanchez disse...

Uia!

Família, quando tira pra ser boa, não há quem possa...rs

* Adorei, Alline! Continua?

Beijo, beijo.

ℓυηα

Alline disse...

Ana:
Nem te conto... rs... fortíssimo. rsrs

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Luna:
O pai que passou a perna no filho. O noivo que traiu a noiva, a noiva que se vingou... povo mais doido, sô!
Essa não continua, mas tem a da Nina, que vai entrar qualquer dia desses. Mas aí preciso de paciência pra mexer nos textos - são vinte e poucas partes de safadeza... hahahaaa... ah, já coloquei duas ou três aqui, te lembra?

Beijo, beijo, beijo pra ti!

Luna Sanchez disse...

Vai tirar as partes de safadeza? Mas por que, mulher?

Tira não. ;)

* Uhun, lembro sim.

=**

ℓυηα

Alline disse...

Humm, não vou tirar tudo, mas dar uma enxugadinha, só pra não escancarar tudo aqui. Até porque um dia, quem sabe, talvez... rsrs...eu consiga uma editora que me ame como eu sou.
Vou tentar postar hoje, ou amanhã.

Beeeeeeeeeijo!

Eraldo Paulino disse...

Família é um rabo que a gente não pode cortar e um laço que a gente nem aprendeu a amarrar ainda, mas é sempre lindo...

Que saudades de suas "Comédias da Vida Privada"...

Vc faz RETRATOS da vida como ninguém...

Bjs!

Alline disse...

Eraldo:
Oi!
Família a gente não escolhe, a gente tem, né?

Eu falo do que eu vejo ppor aí, com umas cores a mais, lógico. ;)

Saudades de ti, moço!
Beeeeeeeijo

Sylvia Araujo disse...

Jesussss. hahahaha Delícia de conto, Alline!

Beijo