Disinganado
- Como é que é, malandragem, num vai trabalhar, não?
- Ô mulher, tô sentindo uns negócio aqui por dentro. Hoje é que num vou sair do barraco. Ó só como é que eu tô pegando fogo.
- Ficou louco?! Os homem te manda embora. E os bacuri? A gente nunca passamo fome nessa vida, Bastião.
- Tô com muita dor, minha nega. Num tô guentando. Acho que vou morrer.
- Deixa eu dá uma olhada.
- Os doutô mandou eu ficá sossegado...
- Tu foi vê os médico?
- Tô disinganado, Ceição, foi o que me contaram. Num tem curandeiro que me dê jeito.
- Num vamo desesperar, Bastião. Nós tira um dinheirim debaixo do colchão pra te tratar.
- Ô vida miserávi! Num sou um traidor fio das puta que mexe com as mulher dos outro, boto comida no barraco e nunca neguei um chamego pra tu, Ceição.
- A gente sabemo disso tudo, Bastião.
- Os bacuri tão quase chegando. Qui é que eu vou dizê? Tô suando! Vou borrar nas calça!
- Nós faz que não é nada.
- Ceição?
- Diz, Bastião.
- Tá perto...
- Num diz besteira!
- Queria fazer um último pedido.
- Seu safado! Não me diz que tu tá querendo...
- Daqueles lado de lá num vô podê mais.
- Desembucha, homem! Que é que tu quer da Ceição?
- Um pirãozinho com peixe ia bem pro último almoço. Se tiver uma branquinha, melhor ainda.
Nada aconteceu com Bastião. Ele foi apenas mais uma vítima de exames trocados. Continua comendo bem, bebendo quase sempre e fazendo dengo pra Ceição, que segura as pontas lavando pra fora enquanto ele procura emprego.
- Como é que é, malandragem, num vai trabalhar, não?
- Ô mulher, tô sentindo uns negócio aqui por dentro. Hoje é que num vou sair do barraco. Ó só como é que eu tô pegando fogo.
- Ficou louco?! Os homem te manda embora. E os bacuri? A gente nunca passamo fome nessa vida, Bastião.
- Tô com muita dor, minha nega. Num tô guentando. Acho que vou morrer.
- Deixa eu dá uma olhada.
- Os doutô mandou eu ficá sossegado...
- Tu foi vê os médico?
- Tô disinganado, Ceição, foi o que me contaram. Num tem curandeiro que me dê jeito.
- Num vamo desesperar, Bastião. Nós tira um dinheirim debaixo do colchão pra te tratar.
- Ô vida miserávi! Num sou um traidor fio das puta que mexe com as mulher dos outro, boto comida no barraco e nunca neguei um chamego pra tu, Ceição.
- A gente sabemo disso tudo, Bastião.
- Os bacuri tão quase chegando. Qui é que eu vou dizê? Tô suando! Vou borrar nas calça!
- Nós faz que não é nada.
- Ceição?
- Diz, Bastião.
- Tá perto...
- Num diz besteira!
- Queria fazer um último pedido.
- Seu safado! Não me diz que tu tá querendo...
- Daqueles lado de lá num vô podê mais.
- Desembucha, homem! Que é que tu quer da Ceição?
- Um pirãozinho com peixe ia bem pro último almoço. Se tiver uma branquinha, melhor ainda.
- ...
Nada aconteceu com Bastião. Ele foi apenas mais uma vítima de exames trocados. Continua comendo bem, bebendo quase sempre e fazendo dengo pra Ceição, que segura as pontas lavando pra fora enquanto ele procura emprego.
11 comentários:
Fala se homem não faz muito mais corpo mole do que mulher? Qualquer dorzinha já derruba o mais trancudo dos homens.
Depois nós é que somos o sexo frágil!
Beijos moça!
Seu bom humor é D+
E é assim mesmo que o povo costuma falar
bjs!
Lady:
Já tinha percebido isso, sabias? O homem, de maneira geral, fica todo manhoso até com uma gripe. E a mulher ao lado tem que dar conta dele... rsrs
Beeeeeeeijo
Eraldo:
Menino, o negócio era muito mais complicado! De começo era como se a pessoa estivesse falando, a palavra correspondendo exatamente ao som. Mas ia ser fogo de ler, então...
Beijo!!
mais uma vítima de exames trocados foi ótimo
uehehehe
=***
Nova vida de desempregado, então? hahahahaha Ficou bom.
Oh, manhã...
Texto muito divertido. Parabéns.
obs: pelo menos não cortaram a perna dele.
Ow...finais felizes me emocionam!
Hohohoho
Beijocas, moça!
ℓυηα
Ana:
A vítima foi a Ceição... huheuehue
Beeeeeeijo
Marco:
Era vida que o Bastião pediu a Deus... com a Ceição do lado, claro.
Milena:
É verdade, ele ficou com as pernas e todo o resto. hehehe
Luna:
Beeem feliz, mas de um jeito diferente. ;)
hihihi
Beeeeeeeeeeijo!
Homens... sempre acham que vão morrer! 'Ceição' nem vai se preocupar mais, da próxima vez... falta só torcer para não ser verdade! ;)
Beijo!
Olha, acho que a Ceição se preocupará sempre quando se tratar do Bastião dela.
Homem doente sempre acha que está à beira da morte, é verdade. rsrs
Beijo!
Ah, que maravilha! Muito bom, Alline. O ritmo dos teus contos não me deixa ir embora daqui. hahaha
Beijo
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