segunda-feira, 3 de novembro de 2008

breakfast romântico

- Janete, me dá mais café!
E ela dava.
- Janete, traz a manteiga!
E ela trazia.
- Janete, cadê o leite?!
Lá vinha ela com a leiteira quase queimando-lhe a mão.
- Mais leite, Janete!
E ela servia. Aliás, era o que ela sabia fazer melhor.
- Essa torrada tá uma droga! Você esqueceu de como eu gosto das torradas, Janete? No ponto! No ponto!
De volta à cozinha, ela pacientemente torrava mais pão.
- Janete, ajeita aqui o nó da gravata.
Ela ajeitava com extrema docilidade. Só ela mesmo.
- Janete, pega meu paletó e me dá um beijo que eu tenho que trabalhar.
E nada dela.
- O meu paletó, Janete!
Apenas o som do carro partindo.
- Janete, volta já aqui! Você vai se arrepender se fizer isso!
Tarde demais.
- Janete, sem você não sou ninguém!!!
Ela podia apostar que sim.

5 comentários:

Ricardo Rayol disse...

bem feito ehehehe

Alline disse...

a Janete vai fazer falta pro sujeitinho. ;)

Mônica Novaes disse...

Posso dizer, sem medo, que fui a personificação da Janete há algumas semanas...e vou falar...é difícil dar a partida no motor do carro, mas é libertador tb...e triste...Beijo e boa semana!

Tathy disse...

Adorei! Amo essas historinhas do cotidiano! bjs

Alline disse...

Mônica:
Eu já fui Janete, mas isso foi há muito tempo. Quando eu saí, foi a pé mesmo, a pobre... rs. Concordo: dói, mas com o tempo vale muito a pena. Beeeeijo, boa semana pra ti também!

Tathy:
E eu estou adorando as tuas histórias. Brigada pela visita! Beeeijo