quinta-feira, 16 de setembro de 2010

doze

ESTREIA:

LIMONADA E CANUDINHO


Assim que me viu entrando no salão com Tom, a menina desandou a chorar e ninguém conseguiu fazê-la parar. Logo agora? Ela se agarrava ao vestido da mãe e escondia o rosto, nos espiava e chorava mais. Me senti um monstro, um ser asqueroso com roupa de palhaço, nariz da palhaço e o bolso cheio de balões. Dei uma cutucada em Tom para começarmos logo nosso número. Duas meninas seguiram o coro da aniversariante e também caíram no choro sem nem saber por quê. Tom chamou um garotinho de jardineira que não quis se aproximar e vimos que não haveria como salvar a festa. A não ser que nos livrássemos da menina chorona, mas isso seria impossível.

Em resumo: foi um desastre, e tudo por culpa da mãe que não teve o bom senso de avisar com antecedência que a menina morria de medo de palhaços. E quando ela viu que não haveria como acalmar a filha, pagou o combinado, juntou uns docinhos num guardanapo e nos liberou. Mas antes eu precisava experimentar os docinhos do aniversário fracassado. Sentamos no muro da casa vizinha para fazer a degustação.

Dali fomos para um bar. Esqueci do relógio e fui distraindo Tom com uma história atrás da outra e várias cervejas, até que não houvesse mais jeito de voltar para casa. E pedi para dormir na casa dele. Isto é, se não ficasse ruim para ele nem para os meninos.

- Mas não quero atrapalhar, hein!

- Cê nunca atrapalha, Nininha. E acho que cê vai ficar contente de saber que o Waguinho tá passando uns dias com a namorada.

- Ah, é?

Mau sinal... Uma cama sobrando.

- E isso significa que cê não vai precisar passar a noite espremida na cama comigo.

- Humm...

E ele achando que estava me fazendo um favor. Droga! Quando chegamos tirou a camiseta sem cerimônia, disse para eu ir me ajeitando enquanto ele tomava banho. Não tinha cabimento eu me convidar para ir junto, mas quis sem entender por que quis. Quis, mas não parti para a ação... Imagina se eu ia lá me meter com ele no chuveiro, nós dois sem roupa, ele me lavando as costas, eu ensaboando as coxas dele, ele me passando o sabonete, eu enxaguando seu umbigo, ele me pressionando contra o azulejo, a água caindo, o juízo indo embora e minha vergonha também. Ideia mais sem cabimento! Mas quando ele saiu do banheiro pingando, com pequenas gotas escorrendo pelo peito até a toalha amarrada na cintura, eu quis de novo. Quis tanto que levantei e me aproximei. Minhas pernas só pararam de tremer no momento em que ele me abraçou e torci para que num passe de mágica de palhaço sem nariz de palhaço a toalha fosse para o chão.

Tom me beijou na ponta do nariz para acabar com qualquer esperança e me entregou uma toalha limpa. Não precisava dizer mais nada. Era tarde demais para um plano B. Mandei uma mensagem para Karen avisando que estaria na casa de Waguinho. Rolando sozinha na cama de Waguinho.


4 comentários:

Luna Sanchez disse...

Ai, ai, ai...mas esse bichinho chamado Desejo Desenfreado da Silva Só é um problema...ou não, né?

Beijinho na ponta do nariz, Tom? Francamente!

Han!

Beijos, querideza! =)

ℓυηα

Luna Sanchez disse...

Voltei só para contar uma coincidência, Li : assim que comentei teu post, vi que havia recebido um e-mail de um amigo querido. Começa assim :

"Lulu

saudade louca de você..."


E termina assim :

"...mas por hora

fique com um beijinho meu

na ponta do seu nariz!"


oO

Será algum sinal do Cosmos?

Choquei!

Rs

=**

ℓυηα

Alline disse...

Ô Luna, eu tava bem light nessa, né não? Tinha até palhacinhos enfeitando a história... rsrsrs

Essa do beijinho na ponta do nariz foi muuito boa! huahuahauhua

Em determinadas situações pode ser um lance bem sugestivo e excitante. E também sinal de carinho, puro e simples. Essa última opção foi a do teu amigo, certo?

Mais tarde veremos que o Tom gosta da menina, mais do que ela pensava. Pronto, já falei... =P

Beeeeeeeeeeeijo!

Luna Sanchez disse...

Tu tava light sim...já a Nina...rs

Ahan, a intenção dele foi essa, carinho puro, mas que achei interessante (a coincidência), achei.

Beijocas, ótimo fds!

ℓυηα