ELE OU... ELE?
Mateus era o nome do irmão. A boca atrevida de Fred, os olhos convidativos e matreiros que pareciam sorrir o tempo todo. Foi ele que mandou flores do campo e me convidou para o teatro depois de alguns dias. Entendi que era um pretexto para me colocar de pernas para cima na cama – como Karen. Era o que eu gostaria que fosse.
Não. Fomos ao teatro, sentamos lado a lado na sala escura e cheia, vimos uma comédia e gargalhamos juntos. Mateus era leve, me fazia sorrir sem motivo quando me olhava, eu gostava disso. E eu quis porque quis ouvir as histórias da infância dos gêmeos, as disputas, as trapaças, e sugeri um bar para não deixar a noite terminar cedo.
Ele me levou ao seu restaurante preferido, um japonês perto do bar. Eu não tinha fome, mas ele disse que era mais reservado. A garçonete, uma loira de boca grande e olhos puxados, deu a entender que o conhecia e perguntou se queria o lugar de sempre.
Sentamos no chão. Ele encheu um copinho de saquê e me entregou, bebi pela primeira vez. Era forte. Pensei de novo em ser penetrada na beira da cama e o tesão pela loucura voltou. Eu sentia necessidade de tocá-lo, mas não sabia como tomar a iniciativa.
Quando quis mais um copo, ele negou, disse que preferia que eu ficasse lúcida até o fim da noite. Pegou o guardanapo e pediu para me vendar.
- Vamos brincar de quê?
- Você vai ver. Você não vê nada? Tem certeza?
- Com um guardanapo preto nos olhos fica difícil enxergar qualquer coisa. Cuidado comigo, OK?
Ele me deitou na esteira. Beijou-me a palma da mão. Fiquei na expectativa do que poderia acontecer, era tudo que eu podia fazer. Tateei ao redor da esteira e não consegui alcançá-lo. Onde estava Mateus? Ele estava jogando comigo em algum canto da sala, quase achei que tinha me deixado só. Esperei minha vez de jogar. De repente ele chegou do meu lado e me beijou entre os seios, um beijo quente e mais demorado. Mais uma pausa, dessa vez não tão longa. Onde será o próximo beijo? Não conseguia manter as mãos paradas, tentava achá-lo.
- Quieta – sussurrou em meu ouvido.
Obedeci por algum tempo, até senti-lo próximo à virilha, levantando o vestido. Antes que fizesse qualquer coisa abri de leve as pernas.
- Não. Quieta.
E para ter certeza de que eu não tentaria trapacear, me segurou com uma mão e com a outra puxou a calcinha para o lado e acariciou meus pelos, afundou muito de leve os dedos, para me sentir. Eu estava excitada, sim. Eu ardia por ele, eu não pensava mais na cama, eu estava ali sendo acariciada gentilmente e ali podia ficar até amanhecer, com o toque dele.
Ouvi gente falando muito perto. Estariam passando ou ele havia trazido convidados? Apertei os olhos para não descobrir e aguardei. Ele parou, dessa vez por mais tempo. Eu suava, quase não conseguia conter os movimentos, queria procurá-lo, desvendá-lo, saciar a vontade de tê-lo inteiro.
A mão me tocou o rosto, os lábios, meus lábios tão quentes. O dedo contornou o desenho da boca, eu o mordi. Ele me provocou, eu o lambi e mordi, chupei, tinha gosto de saquê. Ele sabia das minhas intenções, eu ainda não entendia direito as dele.
Sem que eu precisasse pedir, sem que ele precisasse dizer, aconteceu. Eu não o via, mas o sentia se mover sobre mim e gozava enquanto o peito dele arfava e ele suava, e eu suava, e nossa respiração era a mesma.
No fim ele tirou a venda e me olhou. Ele era Mateus... ou Fred. E aquele no canto da sala, era quem?
4 comentários:
A Nina é impagável, mesmo.
Esses capitulo são tão excelentes... As noites de quinta se tornam de primeira, com eles.
Que talento... Beijo, Aline!
Esse foi pra deixar curiosidade no final. Hahahaha. Muito bom; aguardo o próximo. Podia até sair antes de quinta. hahahaha
Gostei do novo visual.
E gosto cada dia mais da Nina.
Bjs!
oi Allinezinha querida!
amei a nova carinha do blog
e essa Nina cada vez enccanta mais...
quero esse livro viu?rs
Alline, me add no msn?: ritaemauricio1@hotmail.com
bjosss!
Rita
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