antes de tudo
tateia-me com o olhar, vasculha sem
pressa o meu avesso onde às vezes
nem eu me reconheço. Onde sou instinto, entranhas, profundezas, carne viva e
escarlate que cintila porque o corpo
exclama, geme e se contorce, meu corpo te pede. Não sei como, não sei por que,
mas quero, e quero de corpo todo que
me tomes com as carícias das tuas palavras, me preenchas até que eu transborde
de letras e suor. Da tua presença em mim.
Não vou me abster ou fugir, quero me aprofundar nessas sensações que me eriçam
os pelos e me causam rubor e me fazem deslizar na tua direção. Lânguida. Estou
alerta, da janela quase te vejo chegar. Saiba,
tenho um beijo úmido surgindo nos lábios
assim
como teu nome
e uma taça de vinho para marcar nosso instante.
o
tempo, ele não existe.