quinta-feira, 5 de agosto de 2010

seis

LÁ ATRÁS


Saí sem esperar o carro parar direito. João disse alguma coisa que não ouvi direito nem fiz questão. Me deixa, vai... Apaguei o cigarro antes que alguém viesse me incomodar e fui procurar a sala. Era meu primeiro dia de cursinho depois de uma madrugada intensa. João e suas fantasias, uns goles a mais e tantas posições, tanto desejo... Ele me fotografou tirando a roupa e eu achei o máximo. Ele sabia o que fazia, eu é que não.

Onde é essa sala? Quando abri a porta todos me olharam ao mesmo tempo, incluindo o professor. De química, não? Contei por cima umas quarenta cabeças... ainda poderia dar meia volta, pelos meus cálculos já havia perdido duas aulas... Uma mão se ergueu e apontou um lugar vazio lá no fundo. Brigada! A mão era de Lúcio, o com cara de sono e olheiras como eu. Identificação imediata.

Queria me acomodar logo e esperar o tempo passar para ir embora dormir, mas tive que sentar com meu novo colega e me fingir de interessada folheando as páginas da apostila - dele. Empresta a caneta? Enquanto o professor resolvia os exercícios, ele desenhava e eu me distraía rabiscando no caderno. Conversamos baixinho sem olhar um para o outro.

Na segunda aula descobri que me roçar em sua perna, em seu braço sem poder tocá-lo em outras partes era muito excitante. Ele não notava. Não? Meu cabelo caía sobre a camiseta branca dele, eu mordia a tampa da caneta para não descontar a ansiedade nas unhas. E ainda havia o professor de inglês me olhando diferente desde o começo da aula. Comentei com Lúcio, ele inventou que era porque eu não usava sutiã, estava provocando o pobre homem. Rimos. Eu não usava mesmo, e meu coleguinha havia percebido!

A sala era quase só minha e de Lúcio no intervalo – um rapaz de boné estudava mais à frente, e perto dele a menina de cabelos vermelhos escrevia sem parar. Ambos tão concentrados que não se importariam se...

- Me beija, vai...

Lúcio se debruçou sobre a carteira, me debrucei também, encostamos um no outro, primeiro o rosto, depois os lábios. Não foi um beijo, foi um toque mais demorado. Ficamos imóveis, olhos nos olhos, querendo um sinal para prosseguir. Tinha que ser eu... abri a boca bem de leve, para ele me penetrar com a língua. Lúcio se encaixou e me explorou com suavidade, e eu adorei esse jeito diferente dele de chegar e ficar, sem pressa de sair.
É verdade que eu tinha vontade de me aventurar mais, afinal estávamos praticamente a sós. Se não fossem aqueles dois... Fiquei agitada com a perspectiva de ser observada e abandonei as carícias por cima da roupa para abrir o zíper da calça dele. Assim mesmo... no mais completo silêncio. Ele segurou o gemido mordendo o lábio, a menina olhou para trás e deu uma tossida discreta. Será que ela percebeu alguma coisa? Claro que me viu com a mãe enfiada na calça dele!

Recolhi a mão umedecida pela excitação dele quando o sinal tocou.

Não sosseguei mais. Cochichava coisas que tinha vontade de fazer no ouvido dele, ria, delirava ao ver que ele ainda tinha um resquício de ereção por minha causa. A professora de português não aprovou meu comportamento e pediu nada gentilmente que saíssemos, mesmo faltando poucos minutos para acabar a aula. Eu não achei ruim, não. Lúcio ficou na dúvida, me olhou. Queria ir, mas não queria. Puxei-o pela mão. Anda!

Lúcio sugeriu sua casa. De moto, chegaríamos em dez minutos. Perfeito! Não discuti, coloquei o capacete para ir o mais rápido possível, e teria aproveitado ao máximo o horário de almoço se não fosse a buzina tocando a poucos metros. Aiii, João, agora não!!!

Sem coragem para contar a verdade a Lúcio, menti que João era meu tio e fui embora emburrada, nem quis almoçar. Como se tio João tivesse me tirado o pirulito da boca.




6 comentários:

Daiany Maia disse...

caraca,

que menina mais safada

#sorte

:P

beijo

Marco Henrique Strauss disse...

Hahahahaha! O final surpreendeu. Muito bom.

Eder disse...

Que narrativa! Que descrições!

Alline, sua história é envolvente, bela, excitante, clara. Eu fico torcendo pra que você poste a continuação logo!

Sou fã!

Alline disse...

Dai:
E ainda vem mais por aí. Mas sempre tive o cuidado de não usar nenhuma experiência minha na história. Já pensou? hehehe

Beeeeeijo!

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Marco:
O João tinha que aparecer pra acabar com alegria da menina, né? rs

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Eder:
Que bom!
Se te envolve, quinta-feira que vem estarás de volta para ler a parte 7. ;)

Eraldo Paulino disse...

Eu quero esse livro!

Bjs!

Alline disse...

Primeiro preciso de editora. =P

Beijos!