ME LEVA DAQUI
Eu lembro que gritei e todas as gaivotas se agitaram na beira da praia. Gritei porque Jean tinha um olhar assustado e não conseguia se defender da fúria de meu irmão, e eu era responsável por aquilo tudo. Ele aproveitou a distração de Chico e correu. Fiquei aliviada. Agora éramos nós dois.
- Vai me bater também? - provoquei. Não tinha mais nada a perder.
- Você é uma idiota! Eu não consigo acreditar que você veio pra ferrar comigo. O que é que tu tem na cabeça?
- Você sabe por que eu fiz.
- Eu não quero mais ouvir esse papo. Eu tô fora. Eu cansei, entendeu? Cansei!
Antes de me dar as costas, jogou a camiseta sobre mim.
- Chico, volta!
Ele não dormiu em casa naquele dia e quando voltou na manhã seguinte seu Érico estava na padaria.
- Onde você dormiu?
Em resposta ele bateu a porta do quarto, o que não era suficiente para me deter. Entrei, ele estava de cueca procurando uma camiseta limpa no armário. Não se virou, não me olhou.
- Você vai trabalhar?
Ele me ignorava. Passou por mim como se eu não estivesse lá e foi até o banheiro.
- Agora você não vai falar comigo? Não vamos discutir relação? Você não vai criticar meu comportamento, me esculhambar como faz sempre?
Ele fazia a barba muito sério, mas continuava em silêncio. Eu tive apenas que me colocar entre ele e a pia. Mesmo cheio de espuma seu rosto não conseguiu esconder que não era indiferente à minha presença. A mão que segurava o aparelho de barbear caiu. A outra me apertou as bochechas.
- Pega as tuas coisas e volta pra São Paulo, Nina. Vai ser melhor assim.
- É isso que você quer?
- É tudo que eu quero.
Se a mão tremia tanto era porque ele não tinha certeza do que dizia. Meu corpo estava muito próximo ao dele.
- Vem comigo, Chico.
A pressão aumentou com minhas palavras e repentinamente foi diminuindo até parar. Ele considerava a questão?
- Eu arrumo um lugar pra gente morar e você larga essa vida aqui.
Chico passou a toalha no rosto para tirar a espuma e me beijou como se a intenção maior fosse me levar de mim. Beijo longo, beijo louco. Eu respirava o ar dele enquanto ele tentava tirar o meu. Ele me cheirava, me beijava, me mordia, me tinha. Me leva.
Levantei a blusa. Ele viu com outros olhos os peitos que já tinha tocado debaixo d'água. Eram os peitos que na adolescência me mandava cobrir com sutiã quando eu andava pela casa com os mamilos espetando a camiseta. Ele sempre evitou um olhar mais demorado, parecia ter medo do que poderia acontecer se ousasse encará-los. Agora em suas mãos, os bicos enrijeceram ao toque. Eu amoleci. Ele tomou-os com delicadeza, saboreou cada um entre os lábios, apertou-os entre os dedos para endurecê-los ainda mais. Enlouqueci. Me leva.
Ele parou para me olhar, eu podia jurar que vi, além da excitação, uma pontinha de dúvida em seus olhos. Eu o puxei para mim, para afastar qualquer chance de separação.
- Não me deixa, Chico.
Chico se ajoelhou diante de mim e baixou minha bermuda.
- Eu queria que fosse só você, Chico... só você, sempre...
A calcinha ficou aos meus pés.
- Chico...
Ele tirou a cueca.
- Cala a boca.
Parei de falar. Paramos um diante do outro. Éramos dois amantes clandestinos que arfavam desesperadamente pela possibilidade de repetir nosso ato de amor. Caminhamos nus, de mãos dadas, até o quarto dele. Eu me deitei primeiro na cama de solteiro, ele me cobriu com seu corpo e foi como se fosse a primeira vez. A mesma sensação de umidade na virilha, os mamilos eretos, despertos, o sexo intumescido pela expectativa da penetração, os braços quase pregados à cama, aguardando que ele tomasse a iniciativa. Me leva...
- Não me deixa, Chico.
Chico se ajoelhou diante de mim e baixou minha bermuda.
- Eu queria que fosse só você, Chico... só você, sempre...
A calcinha ficou aos meus pés.
- Chico...
Ele tirou a cueca.
- Cala a boca.
Parei de falar. Paramos um diante do outro. Éramos dois amantes clandestinos que arfavam desesperadamente pela possibilidade de repetir nosso ato de amor. Caminhamos nus, de mãos dadas, até o quarto dele. Eu me deitei primeiro na cama de solteiro, ele me cobriu com seu corpo e foi como se fosse a primeira vez. A mesma sensação de umidade na virilha, os mamilos eretos, despertos, o sexo intumescido pela expectativa da penetração, os braços quase pregados à cama, aguardando que ele tomasse a iniciativa. Me leva...
Chico veio aos poucos, para que eu me acostumasse ao jeito como se movia e me penetrava e roçava em meu clitóris. E eu estava de tal forma seduzida que não ouvi a porta da frente se abrir. Nem ele. E continuou sobre mim, e eu gemi, e ele veio mais forte, eu gemi mais alto até ver meu pai parado na porta, os olhos esbugalhados de espanto e repulsa. Pensei pela última vez: me leva, me leva daqui, Chico, para bem longe.
7 comentários:
Oi moça. Tudo blz? Estive por aqui. Muito bom o texto. Apareça por lá. Bjus.
Ai! rs
Aline, não sei o que a Globo está fazendo que ainda não fez um série HAHAHA'
É fantástico, fantástico!
o q dizer? estou de boca aberta como o pai em frente à porta!!!!
(...)
bjos, Rita
A-do-ro!!!
Menina, que texto ótimo! =)
Lindo fim de semana pra ti.
Um brasileiro:
Apareço, sim.
Beeeijo
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Eder:
Eu sou tão louca que imagino como uma minissérie... se é pra sonhar, já sonho alto. rsrs
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Rita:
Ainda bem que ele não tinha uma arma na mão...
Beeeeeijos, querida!
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Eliana:
Nina desembestou! Agora não sei mais pra onde vai... rsrs
Uma ótima semana pra ti =)
Às vezes eu penso que a Nina seria um romance de uma tacada só, e depois eu penso que seriam inúmeros contos.
e ai? há uma definição? se sim, eu aposto no romance.
beijos
Olha, eu tinha pensado inicialmente em contos fechados, e tinha trabalhado nisso, mas já deu pra notar que agora virou bem outra coisa - tá com pinta de romance. Se é isso é bom eu não sei, mas é o que é.
Beijos pra ti
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