trinta e sete
O NOIVO
Se soubesse o que queria já teria me decidido. Caio tinha se estabelecido no Rio com Samuel e Eric, e Bernardo andava ocupado demais com o jornal para me chamar para sua cama. Eu? Estava numa fase excepcional para quem já não esperava muito da cidade grande. Minha banda tinha lugar fixo para tocar e a promessa de shows, quem sabe um CD no fim do ano. Tom tinha voltado a me chamar de Nininha e tudo era quase como antes.
Eu me masturbava antes de ensaiar, antes de dormir, jurava que não ia procurar sexo. Até a manhã em que Gabriel apareceu, desgrenhado e com olheiras grandes, mas ainda lindo. Dramático. Único. Não era um cara complicado e me aceitava sem restrições, eu nunca precisava falar muito ou jogar com ele. E o principal: não estava apaixonado de verdade por mim, o que simplificava bastante as coisas.
Aceitei o fim de semana na casa de amigos dele.
O dono da casa era Renan, que eu soube que ia casar dali a uma semana com uma ex-namorada de Gabri. Havia outros dois casais tão loucos e felizes quanto meu primo.
No fim da tarde finalmente a noiva chegou. Eles se beijaram. Eu via desejo, mas havia algo mais que ainda não conhecia direito. Fui para a rede observar a felicidade do casal a distância. Quis adivinhar por que Renan ia casar com ela. Gabriel veio ficar comigo.
- A Letícia quer ouvir você cantar.
- Ai, não, Gabri. Inventa alguma coisa, pelo amor de Deus. Não to a fim, não.
Ele não insistiu e com o balanço da rede caímos no sono, acordamos, nos bolinamos e cochilamos, Gabriel com a mão enfiada na minha calcinha. Quando abri os olhos lá estava Renan me olhando.
Enxuguei a baba no canto da boca e saí da rede o mais rápido que pude. Só voltei a vê-lo tarde da noite. Gabriel jogava sinuca com Letícia e outro casal, Renan estava na cozinha e eu não sabia para onde ir. Perdida e sem cigarros, um tédio só.
Bebi, não muito. A certa altura, quando os quatro falavam ao mesmo tempo e riam alto, saí sem fazer alarde para procurar um cigarro pela casa. Alguém tinha dito que Renan fumava de vez em quando, era a deixa para correr até a cozinha. Ainda ouvia o burburinho no andar de cima quando entrei. Pedi logo um cigarro, Renan se desculpou, tinha fumado o último à tarde, e ofereceu um vinho. Murchei e fui saindo, ele me disse para esperar. O noivo de Letícia, educado e afável, me empurrou na direção de um quartinho e fechou a porta com o pé. Impossível, eu estava surtando! E Renan não pediu, não disse nada, pegou nos meus peitos e me beijou de língua. Só isso. Não diria que não gostei, mas não quis, mordi com força seus lábios e saí correndo para o jardim. Ele me atraía, eu só não achava certo ali, tão perto dela, a futura esposa.
Sem conhecer direito o jardim, não sabia onde me esconder e Renan não precisou de muito esforço para me derrubar perto das mesas. A grama estava úmida. Tentei dizer que ali não era lugar enquanto ele puxava minha calcinha. Puxei de volta. Ele me olhou, estava zombando da minha iniciativa de lutar. Rolei para longe dele, o suficiente para tentar ficar de pé. Mas Renan me puxou pelo pé, me derrubou de novo. A essas alturas o vestido já tinha se enrolado todo na cintura, eu me sentia fraca e tonta. Não, eu não tinha vontade de gritar nada, eu o desejava. Talvez não ali, daquele jeito.
Ele me prensou contra o chão, a coxa entre minhas coxas, depois o joelho fazendo pressão, eu ainda de calcinha sentindo o pano roçar, o joelho. Gemi. O joelho aumentou a pressão, os olhos sobre mim. Gemi mais, ele quase sorriu e botou minha mão no pau dele. Se eu quisesse me salvar era a chance, bastava usar um pouco mais de força no lugar certo. Se eu quisesse.
Com uma mão afastei a calcinha, com a outra levei o pau duro até meu pelos, esfreguei antes de fazê-lo me penetrar, tão rápido que não tive tempo de pensar que fazia parte da despedida de solteiro. Era isso mesmo? Ele me tapou a boca quando gozei, mas aquilo não estava certo, eu não ia ficar quieta. Mordi seus dedos com raiva, só então ele me beijou, o beijo mais ardente, o beijo que ainda guardava algum tesão do sexo, o gosto dele. Meu cúmplice.
A versão oficial foi que bebi um pouco a mais e caí entre as mesas. Renan foi me ajudar e caiu também. Coitadinha de mim, estava com os joelhos ralados e a roupa amassada e úmida de sereno. Queria ver se ele conseguiria convencer Letícia de que os arranhões na coxa e os belos lábios inchados faziam parte do tombo no jardim.
Aquele casamento eu não queria perder por nada deste mundo.
O NOIVO
Se soubesse o que queria já teria me decidido. Caio tinha se estabelecido no Rio com Samuel e Eric, e Bernardo andava ocupado demais com o jornal para me chamar para sua cama. Eu? Estava numa fase excepcional para quem já não esperava muito da cidade grande. Minha banda tinha lugar fixo para tocar e a promessa de shows, quem sabe um CD no fim do ano. Tom tinha voltado a me chamar de Nininha e tudo era quase como antes.
Eu me masturbava antes de ensaiar, antes de dormir, jurava que não ia procurar sexo. Até a manhã em que Gabriel apareceu, desgrenhado e com olheiras grandes, mas ainda lindo. Dramático. Único. Não era um cara complicado e me aceitava sem restrições, eu nunca precisava falar muito ou jogar com ele. E o principal: não estava apaixonado de verdade por mim, o que simplificava bastante as coisas.
Aceitei o fim de semana na casa de amigos dele.
O dono da casa era Renan, que eu soube que ia casar dali a uma semana com uma ex-namorada de Gabri. Havia outros dois casais tão loucos e felizes quanto meu primo.
No fim da tarde finalmente a noiva chegou. Eles se beijaram. Eu via desejo, mas havia algo mais que ainda não conhecia direito. Fui para a rede observar a felicidade do casal a distância. Quis adivinhar por que Renan ia casar com ela. Gabriel veio ficar comigo.
- A Letícia quer ouvir você cantar.
- Ai, não, Gabri. Inventa alguma coisa, pelo amor de Deus. Não to a fim, não.
Ele não insistiu e com o balanço da rede caímos no sono, acordamos, nos bolinamos e cochilamos, Gabriel com a mão enfiada na minha calcinha. Quando abri os olhos lá estava Renan me olhando.
Enxuguei a baba no canto da boca e saí da rede o mais rápido que pude. Só voltei a vê-lo tarde da noite. Gabriel jogava sinuca com Letícia e outro casal, Renan estava na cozinha e eu não sabia para onde ir. Perdida e sem cigarros, um tédio só.
Bebi, não muito. A certa altura, quando os quatro falavam ao mesmo tempo e riam alto, saí sem fazer alarde para procurar um cigarro pela casa. Alguém tinha dito que Renan fumava de vez em quando, era a deixa para correr até a cozinha. Ainda ouvia o burburinho no andar de cima quando entrei. Pedi logo um cigarro, Renan se desculpou, tinha fumado o último à tarde, e ofereceu um vinho. Murchei e fui saindo, ele me disse para esperar. O noivo de Letícia, educado e afável, me empurrou na direção de um quartinho e fechou a porta com o pé. Impossível, eu estava surtando! E Renan não pediu, não disse nada, pegou nos meus peitos e me beijou de língua. Só isso. Não diria que não gostei, mas não quis, mordi com força seus lábios e saí correndo para o jardim. Ele me atraía, eu só não achava certo ali, tão perto dela, a futura esposa.
Sem conhecer direito o jardim, não sabia onde me esconder e Renan não precisou de muito esforço para me derrubar perto das mesas. A grama estava úmida. Tentei dizer que ali não era lugar enquanto ele puxava minha calcinha. Puxei de volta. Ele me olhou, estava zombando da minha iniciativa de lutar. Rolei para longe dele, o suficiente para tentar ficar de pé. Mas Renan me puxou pelo pé, me derrubou de novo. A essas alturas o vestido já tinha se enrolado todo na cintura, eu me sentia fraca e tonta. Não, eu não tinha vontade de gritar nada, eu o desejava. Talvez não ali, daquele jeito.
Ele me prensou contra o chão, a coxa entre minhas coxas, depois o joelho fazendo pressão, eu ainda de calcinha sentindo o pano roçar, o joelho. Gemi. O joelho aumentou a pressão, os olhos sobre mim. Gemi mais, ele quase sorriu e botou minha mão no pau dele. Se eu quisesse me salvar era a chance, bastava usar um pouco mais de força no lugar certo. Se eu quisesse.
Com uma mão afastei a calcinha, com a outra levei o pau duro até meu pelos, esfreguei antes de fazê-lo me penetrar, tão rápido que não tive tempo de pensar que fazia parte da despedida de solteiro. Era isso mesmo? Ele me tapou a boca quando gozei, mas aquilo não estava certo, eu não ia ficar quieta. Mordi seus dedos com raiva, só então ele me beijou, o beijo mais ardente, o beijo que ainda guardava algum tesão do sexo, o gosto dele. Meu cúmplice.
A versão oficial foi que bebi um pouco a mais e caí entre as mesas. Renan foi me ajudar e caiu também. Coitadinha de mim, estava com os joelhos ralados e a roupa amassada e úmida de sereno. Queria ver se ele conseguiria convencer Letícia de que os arranhões na coxa e os belos lábios inchados faziam parte do tombo no jardim.
Aquele casamento eu não queria perder por nada deste mundo.
9 comentários:
Yay!
Nina sabe viver. Sem pudores, pré-conceitos e vergonha.
Cadê as editoras?
Teu
J
E ela cantou pra eles?
também não perderia por nada este casamento...
sou fã da Nina.
beijo
Janderson:
Sabe, sabe, às vezes até demais da conta, sô. rsrs
Tá na lista. É só eu acabar por aqui.
Tua
Li
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El Brujo:
Ainda não, mas vai cantar.
Voltas pra ver essa?
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O Cara da Mina:
Vamos todos participar da cerimônia semana que vem. ;)
Beeeeeijo
Sem muito tempo pra quase nada, deixa eu dizer rapidinho.
Primeiro: eu to quase pra bater punheta pra Nina.
Segundo: Não postei o presente que me deste ainda porque a postagem que fiz é na verdade uma tarefa da faculdade, aí não cabia. Por favor não pense que eu não tenha ficado agradecido :)
Bj!
A Nina não perde a mão nunca, que danada!
* Não era a minha intenção fazer um comentário de duplo sentido, mas...
:p
Beijo, querida!
Eraldo:
Bate, vai... rsrs
Faz o teu tempo, nem te preocupa comigo. Se der, quando der, tu publicas. Mas não fico chateada se não der, OK? Te gosto mesmo assim.
Beijo!
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Luna:
Alguém tinha que tomar as rédeas da situação, num é não? Faltou gritar: mãos à obra!
hehehe
Beeeeeeijo, amada!
Ótima semana pra ti =)
Ah é, de fato Nina é uma cantora de mão cheia... Ela deveria cantar no casamento srsr (já cantou o noive, mesmo) HAHAHA'
Beijo, Aline!
Ai, Eder, nem tinha pensado nisso... nela ser boa de cantoria, nesse sentido. rsrs
Beeeeijo!
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