segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O dia B. Ou: O dia BB

Fiz prova ontem... Que nervoso, sô! E engraçado também.
Saí de casa uma hora antes, pra não ter jeito de perder nada. Queria ter levado o player pra descontrair, mas não deu. Sabe como é... Quando você vai fazer concurso, é considerado um fraudador em potencial e não pode ter por perto material que pareça suspeito para os fiscais neuróticos de plantão.
Adelante!
Cheguei perto do Instituto Estadual de Educação, o velho IEE de guerra, e tinha uma filinha básica para entrar. Hein? Fila??? Achei que o povo estava começando a ficar educado, uma beleza. Nada disso. É que na entrada estavam expostas as primeiras listas com nome e local de prova. Ah, entendi.
De quebra ganhei um jornal de um desses cursinhos, que ofereceu gratuitamente (ainda bem!) algumas dicas para a prova. OK, muito obrigada. Um passinho adiante, por favor. Peguei o meu e fui ao banheiro fazer o que é de praxe antes de entrar em sala de aula.
Xixi feito, caminhei mais sossegada até a sala, 08288, e fui sacando a identidade pra entrar logo. A moça perguntou se eu tinha caneta preta transparente. O quê? Estava no edital, ela falou. Diante de tal afirmação não pude discutir - quem mandou não ler? - e fui saindo de fininho. Deus do céu, onde iria achar uma caneta preta domingo à tarde? Um cara com o mesmo problema ia na frente. Pensei: "Onde ele for, eu vou". Mas alguns passos fora do portão bastaram. Ouvi uma mulher gritando "Caneta preta! Água!" Opa, é comigo! Voltei e paguei um real pela Faber Castell ponta média cuja tampa não fechava, mas tudo bem. O importante era preencher o bendito gabarito com caneta preta.
Minha sala me esperava. Corri para a 08288 e fui me sentar na quarta carteira da quinta fila com outros ansiosos. Tive que jogar meus pertences - celular devidamente desligado, relógio, óculos de sol, lapiseira, etc. - num saco e lacrá-lo. E viva a desconfiança! Sem relógio, que tédio. A hora não passava, os fiscais ficavam olhando pra gente com aquela cara de bunda, não havia muito pra onde olhar. Putz, demorou um século, juro, pra passar quinze minutos e a prova começar.
O fiscal gordinho, jeitão de poucos amigos, me deu a prova Juliet. O guri da frente recebeu uma do tipo Bravo. Outros ganharam Yanke. O que é isso? Não entendi nem ninguém explicou e era melhor não polemizar.
Comecei logo. As primeiras foram batata, mais fáceis. Depois é que começou a piorar, quando vieram as questões envolvendo matemática financeira. Li, reli, pensei bem, mirei e chutei. Chutei várias outras, mas não de qualquer jeito, pois para tudo existe método. Fui tentando ver quais as possibilidades e espero ter feito alguns gols com essa técnica avançada de adivinhação.
Nossa, lá pelas tantas, nem sei que horas, a bunda doía, o pescoço doía, o chiclete na boca estava duro e sem gosto, eu só queria ir embora. Mas tinha que passar as respostas a limpo! Todas. Ah, besteira, eram só 150 bolinhas pra fazer com a caneta preta transparente...
Quando terminei as marcações, que alívio! Vim embora sem grandes esperanças e com a bunda quadrada, mas sabendo que depois de vinte minutos de caminhada estaria em casa, sã e salva. Para tomar um café com bolo e pensar calmamente numa próxima aventura. Acho que vai ter concurso para o TRT em breve.
Me aguardem!

Um comentário:

Janderson disse...

hehe
Aventuras do lado A, no dia bb.
Muito bom. Ainda vamos fazer uma parceria. :)

Continue escrevendo!!